terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Israel deve deixar territórios palestinos três anos após um acordo de paz, diz Abbas

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, declarou que uma retirada de Israel dos territórios palestinos deve levar no máximo 3 anos após a assinatura de um acordo de paz.

"Aqueles que propõem um prazo de 10 a 15 na realidade não querem retirada nenhuma", afirmou Abbas em uma entrevista exibida nesta terça-feira durante a conferência anual do Instituto de Estudos sobre Segurança Nacional (INSS), em Tel Aviv.

"Nós acreditamos que em um prazo razoável, que não supere 3 anos, Israel pode se retirar gradualmente", explicou.

Israel quer manter sua presença militar por um longo prazo no Vale do Jordão, que faz fronteira com a Jordânia e a Cisjordânia, mas os palestinos insistem que as tropas israelenses devem se retirar completamente, abrindo caminho para forças internacionais.

"Nós não temos problema com a presença de uma terceira força depois ou durante a retirada, para assegurar tanto para Israel quanto para nós que o processo seja completo", disse Abbas. "Consideramos a Otan apropriada para essa missão", explicou.

Abbas reiterou as demandas palestinas de que uma solução de dois Estados seja baseada nas fronteiras anteriores à ocupação israelense de 1967, e ressaltou a importância de ter Jerusalém Oriental anexada como capital palestina.

Os dois lados começaram em julho uma negociação de paz, apoiada pelos Estados Unidos e planejada para durar 9 meses, mas até agora fizeram poucos progressos. Os palestinos alertam que, quando o prazo acabar, podem tomar medidas legais nos tribunais internacionais contra os assentamentos israelenses.

Mas Abbas expressou esperança de um avanço até abril.

"Espero que nós sejamos bem-sucedidos para que não tenhamos que recorrer a um confronto legal, diplomático, ou político".

"Uma solução traria o reconhecimento diplomático de Israel por parte de 57 países muçulmanos", Abbas acrescentou.

"Espero que os israelenses possam entender o que é estar em um oceano de paz, da Mauritânia até a Indonésia, em vez numa ilha de paz, como ocorre no momento", completou.
 
AFP
DeOlhOnafigueira

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