Os EUA parecem estar se preparando para uma rápida melhoria nas relações com o Irã. Por causa disso, podemos esperar também um grande avanço nas negociações do sexteto de mediadores da ONU com o Irã, acredita o professor da Universidade Estadual Russa de Ciências Humanas, Serguei Seryogichev.
Segundo o especialista, ainda algumas semanas atrás parecia que as negociações planejadas para 15 de outubro iriam seguir o antigo cenário de confronto. No entanto, a situação mudou dramaticamente. Pela primeira vez em mais de três décadas teve lugar uma conversa telefônica entre os presidentes dos EUA e do Irã. O secretário de Estado John Kerry disse que um acordo sobre o “dossier nuclear” do Irã pode ser alcançado em 3-6 meses. Comenta Serguei Seryogichev:
Segundo o especialista, ainda algumas semanas atrás parecia que as negociações planejadas para 15 de outubro iriam seguir o antigo cenário de confronto. No entanto, a situação mudou dramaticamente. Pela primeira vez em mais de três décadas teve lugar uma conversa telefônica entre os presidentes dos EUA e do Irã. O secretário de Estado John Kerry disse que um acordo sobre o “dossier nuclear” do Irã pode ser alcançado em 3-6 meses. Comenta Serguei Seryogichev:
“Nós vemos que os americanos pensam fazer o mesmo que uma vez já fez Henry Kissinger, em 1972, com a China: fazer do Irã um aliado. O Irã era um aliado dos EUA até 1979, antes dos eventos conhecidos. E hoje isso parece improvável, tendo em conta a história dos reféns e de todos os 30 anos de inimizade. No entanto, assim é.”
A eleição de Hassan Rohani como presidente do Irã demonstra que Teerã – em condições de aperto das sanções econômicas – escolheu uma abordagem muito pragmática às relações com os Estados Unidos, nota Serguei Seryogichev:
"Eles estão usando o fato de que os norte-americanos estão numa situação muito difícil. O Iraque, depois que o Irã perdeu o estatuto de aliado norte-americano na região, agora está num estado “desmontado”. Não está claro o que fazer com a Síria. Barack Obama, essencialmente, não quer bombardear a Síria, mas está sendo forçado a fazê-lo pelo seu próprio lobby militar-industrial, democratas militantes e republicanos. O Qatar e a Arábia Saudita também estão forçando-o a fazer isso. Barack Obama e pessoas de visão sóbria em sua administração estão procurando um ponto de apoio. Tal ponto de apoio pode muito bem ser o Irã."
O especialista acredita que os EUA tornaram-se excessivamente dependentes de monarquias do Golfo Pérsico, as quais, apesar de enormes recursos financeiros e influência de lobby sobre a política dos EUA, são muito fracos em termos político-militares.
Por outro lado, no Irã, que está sob sanções internacionais, está crescendo a tensão social, estão drasticamente limitadas oportunidades para o desenvolvimento da indústria do petróleo. Seu estatuto internacional também está baixo hoje:
“O Irã é uma potência regional pelo fato de sua existência. E ele quer que os norte-americanos o reconheçam como tal. Os iranianos farão concessões gritantes em qualquer caso, porque tomando os compromissos oficiais de parceiro regional dos EUA eles vão ter que reconstruir, primeiro a nível não oficial, e depois formalmente, suas relações com Israel, tranquilizar seus militantes no Líbano, congelar a atividade terrorista de grupos pró-iranianos na Faixa de Gaza. Os iranianos estão bem cientes de que isso é um grande trabalho, mas eles terão de fazê-lo.”
No entanto, segundo o perito, a convergência dos EUA e do Irã pode ser interrompida por opositores deste processo, e ainda por cima através da Síria. Podem ser provocações contra os inspetores da ONU ou outro ataque químico. A resposta por força dos EUA, neste caso, é provável de pôr um fim à aproximação com o Irã.
A eleição de Hassan Rohani como presidente do Irã demonstra que Teerã – em condições de aperto das sanções econômicas – escolheu uma abordagem muito pragmática às relações com os Estados Unidos, nota Serguei Seryogichev:
"Eles estão usando o fato de que os norte-americanos estão numa situação muito difícil. O Iraque, depois que o Irã perdeu o estatuto de aliado norte-americano na região, agora está num estado “desmontado”. Não está claro o que fazer com a Síria. Barack Obama, essencialmente, não quer bombardear a Síria, mas está sendo forçado a fazê-lo pelo seu próprio lobby militar-industrial, democratas militantes e republicanos. O Qatar e a Arábia Saudita também estão forçando-o a fazer isso. Barack Obama e pessoas de visão sóbria em sua administração estão procurando um ponto de apoio. Tal ponto de apoio pode muito bem ser o Irã."
O especialista acredita que os EUA tornaram-se excessivamente dependentes de monarquias do Golfo Pérsico, as quais, apesar de enormes recursos financeiros e influência de lobby sobre a política dos EUA, são muito fracos em termos político-militares.
Por outro lado, no Irã, que está sob sanções internacionais, está crescendo a tensão social, estão drasticamente limitadas oportunidades para o desenvolvimento da indústria do petróleo. Seu estatuto internacional também está baixo hoje:
“O Irã é uma potência regional pelo fato de sua existência. E ele quer que os norte-americanos o reconheçam como tal. Os iranianos farão concessões gritantes em qualquer caso, porque tomando os compromissos oficiais de parceiro regional dos EUA eles vão ter que reconstruir, primeiro a nível não oficial, e depois formalmente, suas relações com Israel, tranquilizar seus militantes no Líbano, congelar a atividade terrorista de grupos pró-iranianos na Faixa de Gaza. Os iranianos estão bem cientes de que isso é um grande trabalho, mas eles terão de fazê-lo.”
No entanto, segundo o perito, a convergência dos EUA e do Irã pode ser interrompida por opositores deste processo, e ainda por cima através da Síria. Podem ser provocações contra os inspetores da ONU ou outro ataque químico. A resposta por força dos EUA, neste caso, é provável de pôr um fim à aproximação com o Irã.
Voz da Rússia
DeOlhOnafigueira
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