Seja sincero: há 15 anos você contava com a possibilidade de ainda
estar vivendo na terra por mais uma década? Creio que muitos de nós
pensavam e especulavam que o Arrebatamento estivesse às portas e que
nem veríamos a entrada do novo milênio.
“Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que
o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com
paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós
também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do
Senhor está próxima” (Tg 5.7-8).
“Porque a vinda do Senhor está próxima”, diz o texto. Já se passaram quase 2000 anos desde que Tiago escreveu isso. E a verdade é que hoje continuamos na terra, e não na Jerusalém celestial. Você ficou decepcionado? Ou, pior ainda: você ficou chateado com o Senhor por causa disso? Você está irritado porque a volta do Senhor continua sendo adiada? Talvez você faça parte daqueles que estão totalmente desencorajados, que pensam: “Ah!, o Senhor ainda vai demorar muito para vir!”.
No passado houve outra pessoa que em uma situação muito específica e insatisfatória ficou esperando pelo Messias, pela Sua aparição em poder. Então, tomado pela impaciência porque aparentemente nada acontecia, perguntou ao Senhor Jesus: “És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?” (Mt 11.3).
Talvez João Batista – que era a pessoa em questão – tenha, na verdade, formado um pensamento ainda mais agressivo: “Já está mais que na hora de o Senhor Jesus vir para edificar Seu reino messiânico”.
"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjosdo céu, mas unicamente meu Pai" (Mt 24.36). |
Tiago 5 fala de paciência: “Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor”!
O Senhor Jesus não revelou o dia da Sua vinda a ninguém, nem mesmo aos
apóstolos, aos primeiros cristãos, ou aos pais da Igreja. Em vez
disso, o que Ele disse? “Mas daquele dia e hora ninguém sabe...” (Mt 24.36).
Uma coisa é certa: o Senhor voltará. Não há dúvida, não precisamos
perder tempo discutindo isso.
A Bíblia está cheia dessas promessas, e a
passagem de Tiago 5 é apenas uma entre muitas outras que mencionam o
fato da volta do Senhor Jesus Cristo. O tema “volta do Senhor” é
mencionado em todas as cartas do Novo Testamento. Não se trata,
portanto, de um tema secundário ou de um acontecimento insignificante.
Muito pelo contrário: é um tema central e fazemos bem em falar dele e
chamar atenção para ele. Fica claro que os apóstolos esperavam a volta
do Senhor a qualquer momento, mesmo que não tenham dito em nenhum
momento que essa volta teria de acontecer ainda durante sua própria
vida. É isso que diferencia os apóstolos dos muitos fanáticos a
respeito do final dos tempos, que pensam ser necessário determinar uma
data fixa para a volta do Senhor.
Mas como devemos lidar com essa expectativa justificada em relação à
volta do Senhor? Que conseqüências ela traz consigo? A conclusão, de
qualquer forma, não é: “Vamos esperar com calma até o Senhor vir”, mas:
“Vamos cumprir nossa tarefa com diligência até lá”! Ou, para usar as
palavras de Tito 2.11-13: “Porque a graça de Deus se manifestou,
trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que,
renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente
mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador
Cristo Jesus”. Entendemos corretamente? O versículo 13 abre nossos olhos para o encontro com nosso Senhor: “...aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”, e a conclusão decorrente: “renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa, e piamente” (v.12).
Importa viver com toda sobriedade, vivendo de forma justa e piedosa e em oração: “Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração” (1 Pe 4.7).
Ser sóbrio significa não ficar especulando e jogando com números e
anos. Também significa que não devemos negligenciar nossa incumbência
original diante de tanta expectativa pelo encontro iminente com nosso
Senhor e Salvador. Nossa expectativa deve ser imediata, assim como a
dos apóstolos e dos primeiros cristãos. A volta do Senhor Jesus é uma
realidade. O próprio Senhor Jesus nos diz: “Eis que venho sem demora...” (Ap 3.11).
Alegre-se pelo dia que o Senhor colocou nas suas mãos para que possamos louvá-lO, adorá-lO e engrandecê-lO |
Não haverá tempo para fazer mais nada, nem para se despedir, nem para se justificar, nem para colocar alguma coisa em ordem... acabou o tempo! Devemos conversar a respeito, encorajando e exortando-nos mutuamente, mas acima de tudo devemos viver de acordo com isso; com toda a sobriedade e piedade.
Tiago fala de paciência. Nesse contexto, ele menciona um exemplo muito bonito, o exemplo do agricultor: “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas” (Tg 5.7).
O que esse exemplo significa para nós? O agricultor faz o que está ao seu alcance. Ele semeia, planta, ara, colhe e outras coisas mais. Mas além dessas coisas, há outras sobre as quais o lavrador não tem poder nenhum, tornando-se completamente dependente delas. Por exemplo, do tempo, da chuva prematura e tardia, como menciona o texto. Nessas coisas só resta confiar e crer que o Senhor fará tudo corretamente – como diz o Salmo 37.5: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará”. Mesmo que a colheita atrase – seja por qual motivo for – o lavrador não se limita a cruzar os braços, não se deixa desencorajar e continua fazendo seu trabalho.
Esse exemplo também é uma bonita figura para a colheita espiritual.
Nós, como Igreja, somos chamados a agir de acordo com nossos dons e
nossas forças, fazendo tudo que estiver ao nosso alcance e que está sob
nossa responsabilidade. Tudo deve acontecer com muita paciência,
muita sobriedade e sensatez e, principalmente, com muita oração. Como
Igreja temos uma incumbência e precisamos desempenhá-la. A incumbência
é: adorar ao Senhor, proclamar e ensinar a Palavra, edificar, encorajar
e exortar uns aos outros, doar e apoiar, orar, pedir e agradecer, e
manter a comunhão.
Além disso, a Igreja foi encarregada de dar um
testemunho aos de fora – afinal, somos mensageiros de Cristo na terra. A
Igreja, especialmente os anciãos e os diáconos, deve cuidar dos
fracos, dos doentes, das viúvas, dos órfãos e dos necessitados,
ajudando aqueles que são vacilantes e instáveis na fé. A Igreja é muito
mais que um grupo que se reúne aos domingos. A tarefa que temos como
Igreja e membros dela não termina com o ano, mas vale até que o Senhor
nos busque para junto de si por causa de Sua graça, a Seu tempo, e não
quando nós desejarmos.
Somos chamados a semear, lavrar e arar. O fruto pode ser
confiadamente entregue nas mãos de Deus. Ele, o Senhor, alcançará Seu
objetivo com a Igreja, com você e comigo. Mas lembre-se: no tempo dEle!
Nesse sentido devemos continuar falando do Arrebatamento e do encontro
com nosso Senhor Jesus Cristo: com total liberdade e grande alegria,
sem especular e sem calculadora à mão. Acima de tudo: não fique
decepcionado, não duvide do Senhor quando a Sua volta demorar e nós
continuarmos na terra no começo do próximo ano.
Antes, alegre-se pelo dia que o Senhor colocou nas suas mãos para que possamos louvá-lO, adorá-lO e engrandecê-lO. Importante é continuar atentos e prontos, despreocupados e alegres, não duvidando, mas confiando. Em meio a toda essa situação, não percamos de vista as pessoas que nos cercam, pois são parte da nossa incumbência.
Antes, alegre-se pelo dia que o Senhor colocou nas suas mãos para que possamos louvá-lO, adorá-lO e engrandecê-lO. Importante é continuar atentos e prontos, despreocupados e alegres, não duvidando, mas confiando. Em meio a toda essa situação, não percamos de vista as pessoas que nos cercam, pois são parte da nossa incumbência.
Que o Senhor o abençoe!
Chamada
DeOlhOnafigueira
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