O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira que seu país necessita um acordo de paz com os palestinos para evitar a criação de um "estado binacional", uma declaração que surpreendeu apesar de já ter sido feita por seus dois antecessores.
Em um encontro com altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores, do qual também é titular, Netanyahu disse que é importante um acordo para "impedir que Israel se transforme em um estado binacional" e oferecer "estabilidade e segurança", informou a edição eletrônica do jornal "Haretz".
Este argumento foi um dos mais fortes na decisão do anterior primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, de iniciar negociações de paz com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, no final de 2007, e na de Ariel Sharon de abandonar a Faixa de Gaza e quatro colônias no norte da Cisjordânia em 2005.
Sharon, influenciado por dados do demógrafo Amnon Sofer, ordenou inclusive a construção em 2003 de uma polêmica barreira física entre a Cisjordânia e Israel para separar ambos os territórios e impedir a entrada de agressores palestinos.
Netanyahu aceitou no início da legislatura anterior a fórmula de dois Estados para dois povos, mas fez isso mais por pressões internacionais do que por convicção ideológica ou guiado pelo argumento de seus antecessores.
Na reunião, o primeiro-ministro não fez comentários sobre a declaração feita ontem em Washington por uma delegação da Liga Árabe, que afirmou que os palestinos poderiam aceitar pequenos reajustes na fronteira de 1967 para alcançar um acordo de paz.
A fronteira de antes da Guerra dos Seis Dias é considerada pela comunidade internacional e a ONU como a base fundamental para um futuro acordo e a criação de um Estado palestino.
A responsável israelense para as negociações com os palestinos, Tzipi Livni, elogiou a proposta da Liga Árabe, feita pelo primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad Bin Jasem al-Thani.
Terra
DeOlhOnafigueira
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