sexta-feira, 19 de julho de 2013

Israel e palestinos acertam bases para nova negociação, anuncia Kerry

Autoridades palestinas e de Israel se reunirão em breve para definir últimos detalhes, diz secretário de Estado

Autoridades israelenses e palestinas se encontrarão em breve em Washington para definir os últimos detalhes para relançar as negociações de paz do Oriente Médio pela primeira vez em cinco anos, anunciou o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, nesta sexta-feira.

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, dá coletiva no Aeroporto Internacional da Rainha Alia, na Jordânia
O anúncio evitou apontar um reinício completo das negociações, que abordariam as questões mais duras do conflito israelo-palestino. Mas depois de dias de encontros com os dois lados, Kerry disse em Amã, capital da Jordânia, que eles tinham concordado com "uma base" para o diálogo.

"Alcançamos um acordo que estabelece a base para a retomada de negociações diretas finais entre palestinos e israelenses", afirmou. "Esse é um avanço significativo e bem-vindo."

"O acordo ainda está no processo de ser formalizado", afirmou, recusando-se a dar quaisquer detalhes sobre o que foi acordado. "Se tudo correr como esperado", os negociadores israelenses e palestinos devem manter negociações iniciais "na próxima semana ou um pouco depois disso".

O presidente palestino, Mahmud Abbas, que se encontrou na cidade cisjordana de Ramallah nesta sexta com Kerry , disse que "negociações extensas resultaram nos palestinos aceitarem a retomada do diálogo".

Em uma declaração, Abbas declarou que "alguns detalhes ainda precisam ser definidos", mas que autoridades israelenses e palestinas poderiam ser convidadas para negociar em Washington nos próximos dias.

A questão sobre qual base apoiar as negociações tem sido um grande impedimento para a retomada do diálogo. Na noite de quinta, a liderança palestina rejeitou retirar uma importante condição: demandou uma garantia de que as negociações sobre as fronteiras entre o Estado palestino e Israel seriam baseadas na linha de cessar-fogo que vigorou de 1949 até a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Israel rejeita precondições nas negociações.

O anúncio sugere que a questão foi resolvida. "A melhor forma de dar uma chance a essas negociações é manter os detalhes delas em segredo. Sabemos que o desafio requer algumas escolhas difíceis."

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que não faria comentários imediatos sobre o anúncio de Kerry.

O secretário de Estado americano, que sucedeu a Hillary Clinton no segundo mandato de Obama, transformou alcançar a retomada de negociações de paz como uma de suas prioridades, e essa foi sua sexta visita ao Oriente Médio no cargo. Ele está na região desde segunda, reunindo-se pessoalmente com Abbas por três vezes no curso de uma semana. Em contraste, ele não viu Netanyahu pessoalmente, somente falando com ele várias vezes por telefone.

Governos israelenses anteriores por duas vezes negociaram tendo como base as fronteiras de 1967, mas nenhum acordo de paz foi alcançado. Além de discordar sobre a quantidade de terra a negociar e em que local, os dois lados enfrentam outros obstáculos-chave, incluindo dividir Jerusalém e o destino dos refugiados palestinos. Israel se retirou de Gaza em 2005.

Netanyahu deu um endosso frio à ideia de um Estado palestino, mas não expôs sua visão sobre as fronteiras, ao mesmo tempo em que reivindicou que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judeu. Os palestinos rejeitam isso, preocupados em minar suas alegações de que milhões de refugiados e seus descendentes têm o direito de retornar a suas casas originais perdidas na guerra de 1948-49, que cercou a criação de Israel. Israel rejeita essa ideia.

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