sábado, 28 de setembro de 2013

Presidente do Irã convida Israel a aderir à não proliferação nuclear

O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse nesta quinta-feira (26) na Assembleia Geral da ONU que o desarmamento nuclear é a "prioridade principal de seu governo" e convidou Israel a assinar o tratado de não-proliferação nuclear, para que as armas nucleares que supostamente possui sejam monitoradas.

As declarações foram feitas durante um encontro de alto nível sobre Desarmamento Nuclear, durante a Assembleia Geral da ONU.
 
"Nenhuma nação deve ter armas nucleares", disse Rohani, cujo país é acusado pelas potências ocidentais de tentar obter uma arma nuclear.

"Enquanto houver armas nucleares, o risco de seu uso, ameaça de uso e proliferação persistem. A única garantia absoluta é a eliminação total", disse.

Israel nunca confirmou nem desmentiu as suspeitas sobre seu suposto arsenal nuclear.

"Quase quatro décadas de esforços internacionais para estabelecer uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio lamentavelmente fracassaram", disse o iraniano.

"Israel, o único país não signatário do Tratado de Não Proliferação, deve se somar a ele sem mais demora", disse, citando Israel pelo nome, ao contrário de seu antecessor Mahmud Ahmadinejad, que se referia ao rival como "república sionista".

Acordo possível

Rohani também declarou que é possível alcançar um acordo entre Teerã e as potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) sobre a questão nuclear em três ou seis meses.

Esta é a primeira vez que um secretário de Estado americano, no caso John Kerry, ficará cara a cara com seu colega iraniano, Mohamad Javad Zarif, para discutir a questão nuclear, embora esteja acompanhado dos ministros dos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além da Alemanha.

A reunião em Nova York ocorre em meio à aproximação entre Estados Unidos e Irã - que romperam relações diplomáticas pouco depois da revolução islâmica de 1979 - propiciada pelo tom conciliador de Rohani desde sua chegada à presidência, em junho passado, e a quem Barack Obama se mostrou aberto.

O encontro entre Kerry e seus colegas com Zarif abre espaço para grandes expectativas, e o próprio funcionário americano afirmou na manhã desta quinta-feira estar certo de que será uma boa reunião.

Zarif afirmou inclusive que seu país estava disposto a uma reunião bilateral no mais alto nível com os Estados Unidos.

A reunião ministerial será, de qualquer forma, uma conversa curta, disse a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que dirige as negociações com o Irã em nome do 5+1.

Segundo diplomatas ocidentais, este encontro permitirá que os ministros das potências ocidentais lembrem que "há uma oferta sobre a mesa", apresentada em uma reunião em abril de Almaty (Cazaquistão), e assegurem que qualquer proposta iraniana seja cuidadosamente analisada.

No entanto, no momento "não há a menor abertura nas posições", afirmaram estas fontes, embora tenham informado que "a menor oportunidade será aproveitada".

As potências mundiais temem que no médio prazo o Irã consiga enriquecer urânio suficiente para produzir a bomba atômica.

Em seu discurso na terça-feira no plenário da ONU, Rohani disse que seu país não representa "absolutamente nenhuma ameaça" para o mundo, e pediu que Obama ignore o que chamou de "grupos de pressão pró-guerra".

Neste mesmo dia de abertura da Assembleia Geral da ONU, Obama disse acreditar firmemente que um caminho diplomático deve ser tentado, apontando, no entanto, que "as palavras conciliatórias (do Irã) deverão ser igualadas por ações que sejam transparentes e verificáveis".

Rohani, considerado um moderado dentro do regime iraniano, chegou à presidência em junho e, desde então, começou uma campanha de aproximação diplomática com o Ocidente, para convencer os EUA e seus aliados de que o programa nuclear iraniano não tem intenções militares.

Mas, para o premiê isralense Benjamin Netanyahu, Rohani é um "lobo em pele de cordeiro".

Portanto, o governo israelense vem insistindo para que a "pressão" sobre o Irã seja mantida na questão nuclear.
 
G1
DeOlhOnafigueira

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