Presidente anunciou ainda ação humanitária de assistência aos deslocados.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (7) que autorizou ataques a posições do grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte daquele país, além de uma operação humanitária de assistência aos deslocados.
"Nós podemos agir, com cuidado e responsabilidade, para evitar um potencial ato de genocídio", disse Obama, em referência às minorias religiosas sitiadas no norte do Iraque pelo avanço das forças do Estado Islâmico.
"Eu, então, autorizei ataques aéreos seletivos para auxiliar as forças do Iraque a romper o cerco e proteger os civis encurralados", disse. Obama reafirmou ainda que não enviará tropas americanas para o Iraque, dois anos e meio depois da retirada dos soldados dos EUA do país.
Dois anos e meio depois da retirada americana, os jihadistas do EIIL conseguiram se apoderar de uma parte do noroeste do país, na fronteira com a Síria.
O avanço do grupo, favorecido pelo conflito entre a minoria sunita e os xiitas no poder, começou desde a saída de tropas dos Estados Unidos, em dezembro de 2011.
Em junho de 2014, os jihadistas do EIIL anunciaram o restabelecimento do califado, regime político islâmico encerrado há um século com a queda dos otomanos.
Um porta-voz das forças curdas "peshmergas" informou que aviões americanos bombardearam nesta quinta-feira posições 'jihadistas' do Estado Islâmico no norte do Iraque. "Os F-16 entraram no espaço aéreo iraquiano em missão de reconhecimento e depois atacaram as forças do Estado Islâmico em Gwer, na região de Sinjar", disse à agência France Presse o porta-voz Holgard Hekmat. Gwer está situada 30 km a sudeste do principal posto de controle que leva à região autônoma do Curdistão.
Sinjar, a 50 km da fronteira com a Síria, foi tomada no domingo, obrigando cerca de 200 mil pessoas a fugirem, segundo a ONU. Os jihadistas também invadiram Zumar, outra cidade perto de Mossul, de um poço de petróleo e de Rabia, um posto fronteiriço entre Síria e Iraque.
Milhares de civis, boa parte da minoria yazidi, estão presos nas montanhas do norte do Iraque, após fugirem dos jihadistas na região de Mossul.
As forças do Estado Islâmico (EI) invadiram nesta quinta-feira Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, o que também provocou a fuga de milhares de pessoas
De acordo com o patriarca caldeu Louis Sako, 100 mil cristãos foram obrigados a abandonar suas casas "com nada além de suas roupas", após a tomada de Qaraqosh e de outras cidades na região de Mossul (norte) pelos combatentes do EI.
Entre as localidades ocupadas estão Tal Kayf, Bartela e Karamlesh, que foram "esvaziadas de seus habitantes", denunciou o bispo Joseph Thomas, arcebispo caldeu de Kirkuk e de Sulaymaniyah.
ONU pede ajuda
O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta quinta-feira (7) os recentes ataques realizados pelo grupo radical Estado Islâmico no Iraque e pediu apoio internacional para o país após uma reunião de emergência sobre a situação.
"Os membros do Conselho de Segurança pedem à comunidade internacional que apoie o governo e o povo do Iraque e que faça o possível para ajudar a aliviar o sofrimento da população afetada pelo atual conflito no Iraque", disse o embaixador britânico na ONU e atual presidente do Conselho, Mark Lyall Grant.
Esse é o terceiro comunicado do Conselho relacionado à ofensiva do Estado Islâmico, grupo considerado mais radical que a rede Al-Qaeda.
O Globo
DeOlhOnafigueira
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