A discussão e as guerras à volta da posse da Terra de Israel são quase tão antigas como a própria existência do homem.
É impressionante como um pedaço de terra
tão pequeno que mal se avista no mapa seja motivo de tanta cobiça e
ódios por parte de tantos! Aquela terra já foi dominada por muitos
impérios no passado, conquistada e destruída por outros tantos, desejada
e cobiçada por inúmeros povos e alvo das maiores disputas e conflitos
até à actualidade.
Alguém se perguntará qual a razão de
tantas discussões, guerras, ódios e disputas por causa de um "naco" de
terra. No nosso entendimento, só há uma explicação: há uma causa
espiritual, e não política. Ainda que toda a discussão gire em torno de
alegadas questões políticas, a verdade é que por trás desta disputa há
uma séria questão espiritual, revelada nas Sagradas Escrituras, e que
nos deve dar pleno conhecimento e entendimento sobre as razões e as
causas do milenar conflito entre judeus e árabes.
Trata-se
na verdade de um conflito entre o cumprimento dos desígnios e
propósitos de Deus em relação ao povo judeu e à terra de Israel, e os
malévolos desígnios do "príncipe deste mundo", Satanás, o grande
instigador da mentira, violência e rebeldia contra todos os projetos de
Deus em relação ao Seu povo.
A Bíblia é a nossa única regra de fé,
entendimento e ética, pelo que a nossa posição em relação a este
conflito é aquela que o próprio Deus estabeleceu. E se Ele tem cumprido
fielmente tudo aquilo que prometeu em relação ao povo eleito (judeus) e à
terra da promessa (Israel), então é por essa "agenda" que nós nos
orientamos, independentemente das agendas políticas e religiosas que
grassam por aí. Ou seja: a única opinião válida sobre este assunto é
aquela que Deus nos revela através dos Seus santos profetas, pelo que
tudo o resto terá de ser alinhado por esta agenda profética. Todos
quantos lutam e conflituam contra esse programa divino estarão sujeitos
às respectivas sanções divinas, pois é o próprio Deus Quem promete "entrar em juízo" contra as nações que "espalharam a Sua herança Israel por entre os povos" e que "repartiram a Sua terra entre si." (Joel 3:2).
Vejamos então o ponto de vista bíblico
(o único que nos interessa) sobre a origem, o desenvolvimento e a
conclusão deste conflito:
Deus disse a Abraão: “Sai da tua
terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que
te mostrarei...Darei à tua descendência esta terra.” (Génesis
12:1-7).
Seria esta uma promessa
incondicional, ou estaria dependente da obediência do povo de Israel
a Deus?
DEUS PROMETEU UMA TERRA A ISRAEL PARA SEMPRE
Deus disse a Abraão: “Ergue os
olhos e olha desde onde estás...porque toda esta terra que vês, eu
ta darei, a ti e à tua descendência para sempre”
- Génesis 13:14-15;15:1-7, 18-21; 17:1-8
“Naquele mesmo dia, fez o Senhor
aliança com Abraão, dizendo: à tua descendência dei
esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio
Eufrates” - Génesis 15:18
Deus deu um tempo exato para o cumprimento desta promessa: “Sabe, com certeza, que a tua
posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à
escravidão, e será afligida por 400 anos. Mas também Eu julgarei a
gente a quem têm se sujeitar-se; e depois sairão com grandes
riquezas” - Génesis 15:13-14.
Tudo isto veio a acontecer exatamente assim, e
durante 400 anos os judeus foram escravizados no Egito, tendo-se formado
ali o povo como uma grande nação (Génesis 46:3) partindo depois para
a Terra prometida, a terra de Canaã (Génesis 50:24).
A TERRA FOI OFERECIDA A ISRAEL COMO
“POSSESSÃO PERPÉTUA”
A Terra de Israel fazia parte da oferta
da aliança realizada por Deus e era válida para todas as gerações
de israelitas: “Estabelecerei a Minha aliança
entre Mim e ti e a tua descendência no decurso das suas
gerações, aliança perpétua...Dar-te-ei
e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra
de Canaã, em possessão perpétua, e serei o
seu Deus.” - Génesis 17:7 – 8.
A herança foi passada de Abraão para Isaque
O direito de propriedade da terra foi
passado de Abraão para Isaque, seu filho. Deus disse a Isaque: “Habita nela, e serei contigo e te
abençoarei; porque a ti e à tua descendência
darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão,
teu pai” - Génesis 26:3.
Já antes o Senhor tinha dito a Abraão
que seria através de Isaque que a sua descendência seria chamada –
Génesis 21:12: “...por Isaque será chamada a tua descendência.”
A estranha profecia dada a Rebeca
(esposa de Isaque): Rebeca, até então estéril, ficou grávida
de 2 filhos que “lutavam no ventre dela” (Génesis 25:22). Não
entendendo o que se passava e querendo até morrer tão grande a luta já era no seu ventre, Deus falou e
revelou-lhe uma estranha profecia:
“Duas nações há no teu ventre,
dois povos, nascidos de ti, se dividirão; um povo será mais forte
do que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço.” - Génesis 25:23.
O mais velho – o primeiro a nascer –
foi Esaú e o mais novo, Jacob.
Esta foi a indiscutível eleição
feita por Deus:
Um povo constituído pelos descendentes de Jacob: “Porque a
palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um
filho. E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só,
Isaque, nosso pai. E ainda não eram os gémeos nascidos, nem tinham
praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus,
quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas
por aquele que chama), já fora dito a ela: o mais velho
será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacob, porém Me
aborreci de Esaú.” - Romanos 9:9-13.
Por causa da bênção dada por Isaque a
Jacob e que Esaú perdeu, este passou a odiar ao seu irmão, vivendo da espada e do ódio: “Longe
dos lugares férteis da terra será a tua habitação, e sem orvalho
que cai do alto. Viverás da tua espada e servirás a teu irmão...”
- Génesis 27:39-40.
“Passou Esaú a odiar a Jacob por
causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado...e
disse: matarei a Jacob, meu irmão.” - 27:41.
Qual foi a bênção profética dada
por Isaque a Jacob e que Esaú tanto invejou?
“Deus te dê do orvalho do céu, e
da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te
povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os
filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te
amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar.” -
Génesis 27:28-29.
A bênção perdida por Esaú e conquistada por Jacob foi o direito à terra da promessa e respectiva supremacia sobre as nações.
A herança foi passada de Isaque para Jacob
O direito da posse da terra é agora
passado para um dos filhos de Isaque, Jacob: “Eu sou o Senhor, Deus de Abraão,
teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, Eu ta
darei, a ti, e à tua descendência.” -
Génesis 28:13.
Já na Terra da promessa, na cidade de
Betel, o Senhor confirma a promessa feita aos seus antepassados: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; sê
fecundo e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão
de ti, e reis procederão de ti. A terra que dei a Abraão
e a Isaque dar-te-ei a ti, e depois de ti, à tua descendência.”
- Génesis 35:11-12.
A PROMESSA DE DEUS FOI INCONDICIONAL
Deus prometeu incondicionalmente, realizando um pacto de sangue com
Abraão. Um pacto de sangue era um compromisso permanente e
incondicional, até à morte – Génesis 15:17.
Deus comprometeu-se
incondicionalmente com Abraão e sua descendência através desta
aliança de sangue, dando-lhes a terra da promessa: "Naquele mesmo dia
fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta
terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates." – Génesis 15:18.
A aliança feita por Deus e oferecida a
Abraão e sua descendência era incondicional e envolveu a dádiva de
um território para sempre. Essa promessa de terra foi sempre
lembrada posteriormente às sucessivas descendências surgidas da
“semente” de Abraão, como “possessão eterna de Israel”:
- lembrada pelo profeta Moisés: “...dá-la-ei (a terra) à vossa descendência, para que a possuam por herança eternamente.” - Êxodo 32:13
- lembrada pelo Senhor ao profeta Moisés: “Quando entrardes na terra que vos dou...” - Levítico 23:10; 25:2; Deuteronómio 8:1.
- lembrada ao servo Josué: “...Passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que Eu dou aos filhos de Israel.” - Josué 1:2, 11; 24:13.
- conquistada e alargada pelo rei David - 2 Samuel 8:5 - 15.
- prometida ao povo de Israel após o seu longo exílio: “Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde ali te ajuntará o Senhor teu Deus e te tomará de lá. O Senhor teu Deus te introduzirá na terra que teus pais possuíram (no passado) e a possuirás (no futuro); e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais.” - Deuteronómio 30:4 – 5.
- prometida através do profeta Jeremias: “Tão certo como vive o Senhor, que trouxe a descendência da casa de Israel da terra do Norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.” - Jeremias 23:8
- profetizada através do profeta Ezequiel: “Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.” - Ezequiel 36:24. “Habitareis na terra que Eu dei a vossos pais...” - 36:28. “Assim diz o Senhor Deus: eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua própria terra.” - Ezequiel 37:21. “Habitarão na terra que dei a Meu servo Jacob, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre...” - 37:25.
Apesar da desobediência de Israel,
Deus nunca retirou a Sua promessa de terra ao Seu povo: “Se os seus filhos desprezarem a
Minha lei e não andarem nos Meus juízos, se violarem os Meus
preceitos e não guardarem os Meus mandamentos, então, punirei com
vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade. Mas
jamais retirarei deles a Minha bondade, nem desmentirei a Minha
fidelidade. Não violarei a Minha aliança, nem modificarei
o que os Meus lábios proferiram” - Salmo 89:30-37.
Apesar de Deus ter castigado Israel com
a dispersão “entre as nações”, por “amor ao Seu
santo Nome” Ele prometeu tomar o Seu povo de volta e
trazê-lo para a terra deles, “a vossa terra.” -
Ezequiel 36:18 – 24. Esse milagre do retorno dos judeus à sua terra
iniciou-se no século 20 e é um fenómeno imparável até aos dias de hoje.
O
atual anti-semitismo na Europa e não só é mais um "trampolim" usado
por Deus para "empurrar" o Seu povo eleito de volta à terra da promessa,
Israel.
AS DÁDIVAS DE DEUS SÃO IRREVOGÁVEIS
O Nome de Deus está ligado às Suas
alianças com o Seu povo, pelo que Ele não pode nunca romper a Sua
aliança, uma vez que Ele não muda de ideia a respeito de quem Ele
escolhe e abençoa: “Pois os dons e o chamado de Deus são
irrevogáveis.” - Romanos 11:29.
“Assim diz o Senhor, que dá o sol
para a luz do dia. E as leis fixas à lua e às estrelas para a luz
da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; o Senhor dos
Exércitos é o Seu Nome. Se falharem estas leis fixas diante de Mim,
diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma
nação diante de Mim para sempre.
Assim diz o Senhor: se puderem ser
medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá
em baixo, também Eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por
tudo quanto fizeram, diz o Senhor.” - Jeremias 31:35 – 37.
Ao fim de 2 mil anos de dispersão, Deus cumpriu a Sua promessa:
“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem
viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou
nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe
viessem as dores, deu á luz seus filhos” - Isaías
66:8.
O renascimento moderno de Israel em
1948 é um acto sobrenatural de Deus, pois primeiramente “nasce”
a terra, e só depois é que vieram as “dores”, um contraste com
a experiência habitual, em que primeiramente vêm as dores e só
depois o nascimento.
“Mudarei a sorte do Meu povo de
Israel; reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão,
plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes
comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa
terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o
Senhor teu Deus.” - Amós 9:14-15.
"Assim diz o Senhor!"
Shalom-Israel-Shalom
DeOlhOnafigueira
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