Um levantamento
feito pelo Hospital da Mulher Mãe Luzia, a única maternidade pública do
Amapá, registrou ao menos 3,5 mil partos de adolescentes com idade entre
12 e 17 anos em 2013.
O número é quase metade dos 8,5 mil partos que foram realizados no mesmo ano. O dado é considerado preocupante pela diretoria do hospital, que já realizou 476 partos de meninas na faixa-etária de 12 a 15 anos nos primeiros seis meses de 2014.
Um dos motivos apontados para o elevado número de gestações na adolescência no estado ainda está relacionado à falta de proteção durante a relação sexual, segundo a direção da maternidade. Um dos casos que mais chamou a atenção de médicos e profissionais que atuam no hospital foi a realização do parto de uma menina de 10 anos, em 2003.
A diarista Ivanete Farias é mãe de uma adolescente de 15 anos. A jovem engravidou aos 14 anos e foi abandonada pelo namorado após saber da notícia. Mesmo com a pouca idade da filha, Ivanete ficou feliz quando descobriu que iria ser avó de uma menina.
“Eu fiquei alegre, pois vai chegar uma criança para alegrar a minha casa. Mas já avisei a ela que eu só quero essa”, contou a diarista.
O pedreiro Nelson Santos engravidou a namorada de 14 anos, que deu à luz um menino. Ele disse que a vinda do filho não foi planejada, mas resolveu assumir a criança.
“Nós ficamos felizes com nosso filho. Eu sei que foi muito cedo para ela engravidar, mas tudo aconteceu com a permissão de Deus”, disse.
O diretor da maternidade, Acimor Coutinho, explica que biologicamente, o corpo das adolescentes não está preparado para a gestação, devido o sistema reprodutor está em formação e as próprias mudanças físicas que ocorrem nessa fase. O risco de os bebês nascerem mortos ou com doenças congênitas é ainda maior.
“Tivemos na terça-feira [22] uma adolescente de 14 anos que teve um bebê pesando mais de quatro quilos. Isso é um risco porque ela ainda não estava com o útero pronto para a gestação, diferente de uma mulher com mais de 20 anos”, reforçou.
Entre os casos de doenças detectadas em bebês de mães jovens, está o da adolescente Rayana Sanches, de 14 anos, mãe de Pedro Henrique Sanches. O bebê está internado desde o dia 10 de junho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade. A criança foi diagnosticada com osteogênese imperfeita, doença rara conhecida como “ossos de vidro”, que causa várias fraturas devido a fragilidade dos ossos. A família diz que não tem condições de custear o tratamento.
Ao nascer, o menino sofreu traumas na clavícula, tórax e no crânio. A jovem doará o enxoval do filho, que não tem previsão de alta, segundo a direção do hospital.
Para evitar uma nova gravidez entre as jovens atendidas na maternidade, o serviço social do hospital tem feito o encaminhamento das mães de 12 a 16 anos para a implantação do DIU (Dispositivo Intrauterino), método contraceptivo que evita a gravidez por até 10 anos. Acimor informou que o procedimento também pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Alagoas24Horas
DeOlhOnafigueira
O número é quase metade dos 8,5 mil partos que foram realizados no mesmo ano. O dado é considerado preocupante pela diretoria do hospital, que já realizou 476 partos de meninas na faixa-etária de 12 a 15 anos nos primeiros seis meses de 2014.
Um dos motivos apontados para o elevado número de gestações na adolescência no estado ainda está relacionado à falta de proteção durante a relação sexual, segundo a direção da maternidade. Um dos casos que mais chamou a atenção de médicos e profissionais que atuam no hospital foi a realização do parto de uma menina de 10 anos, em 2003.
A diarista Ivanete Farias é mãe de uma adolescente de 15 anos. A jovem engravidou aos 14 anos e foi abandonada pelo namorado após saber da notícia. Mesmo com a pouca idade da filha, Ivanete ficou feliz quando descobriu que iria ser avó de uma menina.
“Eu fiquei alegre, pois vai chegar uma criança para alegrar a minha casa. Mas já avisei a ela que eu só quero essa”, contou a diarista.
O pedreiro Nelson Santos engravidou a namorada de 14 anos, que deu à luz um menino. Ele disse que a vinda do filho não foi planejada, mas resolveu assumir a criança.
“Nós ficamos felizes com nosso filho. Eu sei que foi muito cedo para ela engravidar, mas tudo aconteceu com a permissão de Deus”, disse.
O diretor da maternidade, Acimor Coutinho, explica que biologicamente, o corpo das adolescentes não está preparado para a gestação, devido o sistema reprodutor está em formação e as próprias mudanças físicas que ocorrem nessa fase. O risco de os bebês nascerem mortos ou com doenças congênitas é ainda maior.
“Tivemos na terça-feira [22] uma adolescente de 14 anos que teve um bebê pesando mais de quatro quilos. Isso é um risco porque ela ainda não estava com o útero pronto para a gestação, diferente de uma mulher com mais de 20 anos”, reforçou.
Entre os casos de doenças detectadas em bebês de mães jovens, está o da adolescente Rayana Sanches, de 14 anos, mãe de Pedro Henrique Sanches. O bebê está internado desde o dia 10 de junho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade. A criança foi diagnosticada com osteogênese imperfeita, doença rara conhecida como “ossos de vidro”, que causa várias fraturas devido a fragilidade dos ossos. A família diz que não tem condições de custear o tratamento.
Ao nascer, o menino sofreu traumas na clavícula, tórax e no crânio. A jovem doará o enxoval do filho, que não tem previsão de alta, segundo a direção do hospital.
Para evitar uma nova gravidez entre as jovens atendidas na maternidade, o serviço social do hospital tem feito o encaminhamento das mães de 12 a 16 anos para a implantação do DIU (Dispositivo Intrauterino), método contraceptivo que evita a gravidez por até 10 anos. Acimor informou que o procedimento também pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
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DeOlhOnafigueira
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