Departamento de Estado americano não considera projeto construtivo para processo de paz com israelenses
Diante de um projeto de resolução palestina na ONU sobre a criação de um Estado próprio, os EUA reagiram rapidamente. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano, Jeff Rathke, o país não enxerga a medida como construtiva, já que não promoveria um processo de paz definitivo com Israel e nem garantiria uma transição segura.
— Acreditamos que esta resolução coloca prazos arbitrários para chegar a um acordo de paz e a saída de Israel da Cisjordânia. Estas medidas parecem mais capazes de prejudicar negociações do que dar a elas uma conclusão bem-sucedida — afirmou Rathke.
Os palestinos apresentaram à ONU nesta segunda-feira o rascunho final de uma resolução sobre Estado próprio, defendendo um acordo de paz com Israel dentro de um ano e o fim da ocupação dos territórios palestinos por volta do final de 2017.
22 embaixadores árabes apoiaram o projeto israelense para a resolução durante reunião na ONU, nesta segunda-feira. Eles disseram que apoiam o fim da ocupação israelense em até três anos.
DISPUTA DE VERSÕES
Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas disse ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que iria seguir adiante com a iniciativa. Ela tem oposição dos Estados Unidos e de Israel, antigo aliado.
Autoridades palestinas afirmaram que a proposta prevê que as negociações tenham base nos limites territoriais existentes antes de Israel dominar a Cisjordânia, o Leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza na guerra de 1967.
“O projeto pede a retomada das negociações para resolver todos os temas de status final em não mais do que 12 meses depois da adoção da resolução e prevê que o fim da ocupação israelense que começou em 1967 se dê até o fim de 2017”, disse a Organização para a Libertação da Palestina. “Ele reivindica dois Estados soberanos, democráticos e seguros, Palestina e Israel.”
No Conselho de Segurança da ONU, o projeto só poderia ser aprovado sem veto dos Estados Unidos — o que é praticamente impossível. Israel, que retirou as suas tropas e assentados da Faixa de Gaza em 2005, afirmou que a sua fronteira ao leste se tornaria indefensável caso o país saia completamente da Cisjordânia.
“Vamos continuar a rechaçar com vigor tentativas de forçar termos que arriscariam a nossa segurança”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no domingo, em referência à proposta.
O Globo
DeOlhOnafigueira
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