Sempre há muitas perguntas sobre como será a eternidade. E se é difícil descrever de modo pleno e satisfatório nosso mundo hoje, como definir a eternidade? Como caracterizá-la? Em que consistirá esse tempo sem fim com Deus?
Não há como um salvo não questionar na eternidade. Aliás, não como o ser humano não pensar na eternidade. Ela se apresenta diante de nós e não há como fugir dela, pois é para ela que nossa vida ruma em uma correnteza que não se pode deter.
Também [Deus] pôs a eternidade no coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)
A mente dos salvos quando sonda o futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais de fato não há resposta. E no entanto, muitas vezes, deixa de atentar para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do infinito temporal e por isso não é fácil.
No entanto, lembre-se que qualquer escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co 4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”, pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.
As Escrituras não nos deixam vislumbrar muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo. Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.1
Quando João descreve o que viu no Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.
Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios 13.10, 12)
Ainda assim temos que pensar a eternidade. Ainda assim, temos ansiar por esse tempo além do tempo, essa vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela, na Palavra, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.
Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios 15.24, 25, 26, 28)
O fim que virá, será o fim da presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.
1. Será o fim da matéria corrompida
Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)
Vivemos no mundo pós-Queda e por isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no entanto terá fim para dar lugar a um novo começo.
2. Será o fim dos opositores de Deus
Quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)
Tanto na terra, seus governantes, quando no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra, quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial. Principadonos e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente vencidas.
Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)
3. O fim da morte
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)
A morte é tão certa quanto é inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte, um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado poderosa e terrível, pois tu não o és…
Também [Deus] pôs a eternidade no coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)
A mente dos salvos quando sonda o futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais de fato não há resposta. E no entanto, muitas vezes, deixa de atentar para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do infinito temporal e por isso não é fácil.
No entanto, lembre-se que qualquer escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co 4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”, pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.
As Escrituras não nos deixam vislumbrar muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo. Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.1
Quando João descreve o que viu no Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.
Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios 13.10, 12)
Ainda assim temos que pensar a eternidade. Ainda assim, temos ansiar por esse tempo além do tempo, essa vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela, na Palavra, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.
Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios 15.24, 25, 26, 28)
O fim que virá, será o fim da presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.
1. Será o fim da matéria corrompida
Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)
Vivemos no mundo pós-Queda e por isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no entanto terá fim para dar lugar a um novo começo.
2. Será o fim dos opositores de Deus
Quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)
Tanto na terra, seus governantes, quando no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra, quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial. Principadonos e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente vencidas.
Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)
3. O fim da morte
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)
A morte é tão certa quanto é inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte, um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado poderosa e terrível, pois tu não o és…
…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente, e não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.
E então, a grande característica da eternidade terá lugar: Deus será tudo em todos. Não como um falso panteísmo, onde um deus é tudo e é todos. Mas em uma plena soberania bíblica onde nada no universo estará fora da harmonia com Ele. Não haverá então espaço algum para o mal, pois o mal é a ausência do bem, é a ausência do Sumo Bem. E o Sumo Bem estará eterna e totalmente presente, preenchendo todas as coisas.
1 A.D. SERTILLANGE. A vida intelectual. São Paulo: É realizações, 2010 p. 18.
Missão Atenas
DeOlhOnafigueira
Sempre
há muitas perguntas sobre como será a eternidade. E se é difícil
descrever de modo pleno e satisfatório nosso mundo hoje, como definir a
eternidade? Como caracterizá-la? Em que consistirá esse tempo sem fim
com Deus?
Não há como um salvo não questionar na
eternidade. Aliás, não como o ser humano não pensar na eternidade. Ela
se apresenta diante de nós e não há como fugir dela, pois é para ela que
nossa vida ruma em uma correnteza que não se pode deter.
Também [Deus] pôs a eternidade no
coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez
desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)
A mente dos salvos quando sonda o
futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais
de fato não há resposta. E no entanto, muitas vezes, deixa de atentar
para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do
infinito temporal e por isso não é fácil.
No entanto, lembre-se que qualquer
escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co
4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com
confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em
responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”,
pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.
As Escrituras não nos deixam vislumbrar
muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz
da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo.
Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.1
Quando João descreve o que viu no
Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a
expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que
viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que
as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do
que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma
condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos
conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.
Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que o é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por
espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em
parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios
13.10, 12)
Ainda assim temos que pensar a
eternidade. Ainda assim, temos ansiar por esse tempo além do tempo, essa
vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela,
na Palavra, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não
sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na
verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.
Depois, virá o fim, quando tiver
entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo
império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja
posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que
há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem
sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as
coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios
15.24, 25, 26, 28)
O fim que virá, será o fim da
presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o
começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este
texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.
1. Será o fim da matéria corrompida
Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na
vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)
Vivemos no mundo pós-Queda e por
isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual
era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi
corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um
vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado
ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no
entanto terá fim para dar lugar a um novo começo.
2. Será o fim dos opositores de Deus
quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)
Tanto na terra, seus governantes,
quando no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em
um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria
de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a
Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o
alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a
ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra,
quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial.
Principadonos e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente
vencidas.
Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)
3. O fim da morte
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)
A morte é tão certa quanto é
inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não
importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido
seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para
eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a
eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte,
um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que
não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com
John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado
Poderosa e terrível, pois tu não o és…
…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente,
e não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.
E então, a grande característica da
eternidade terá lugar: Deus será tudo em todos. Não como um falso
panteísmo, onde um deus é tudo e é todos. Mas em uma plena soberania
bíblica onde nada no universo estará fora da harmonia com Ele. Não
haverá então espaço algum para o mal, pois o mal é a ausência do bem, é a
ausência do Sumo Bem. E o Sumo Bem estará eterna e totalmente presente,
preenchendo todas as coisas.
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Sempre
há muitas perguntas sobre como será a eternidade. E se é difícil
descrever de modo pleno e satisfatório nosso mundo hoje, como definir a
eternidade? Como caracterizá-la? Em que consistirá esse tempo sem fim
com Deus?
Não há como um salvo não questionar na
eternidade. Aliás, não como o ser humano não pensar na eternidade. Ela
se apresenta diante de nós e não há como fugir dela, pois é para ela que
nossa vida ruma em uma correnteza que não se pode deter.
Também [Deus] pôs a eternidade no
coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez
desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)
A mente dos salvos quando sonda o
futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais
de fato não há resposta. E no entanto, muitas vezes, deixa de atentar
para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do
infinito temporal e por isso não é fácil.
No entanto, lembre-se que qualquer
escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co
4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com
confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em
responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”,
pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.
As Escrituras não nos deixam vislumbrar
muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz
da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo.
Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.1
Quando João descreve o que viu no
Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a
expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que
viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que
as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do
que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma
condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos
conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.
Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que o é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por
espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em
parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios
13.10, 12)
Ainda assim temos que pensar a
eternidade. Ainda assim, temos ansiar por esse tempo além do tempo, essa
vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela,
na Palavra, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não
sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na
verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.
Depois, virá o fim, quando tiver
entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo
império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja
posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que
há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem
sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as
coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios
15.24, 25, 26, 28)
O fim que virá, será o fim da
presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o
começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este
texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.
1. Será o fim da matéria corrompida
Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na
vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)
Vivemos no mundo pós-Queda e por
isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual
era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi
corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um
vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado
ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no
entanto terá fim para dar lugar a um novo começo.
2. Será o fim dos opositores de Deus
quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)
Tanto na terra, seus governantes,
quando no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em
um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria
de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a
Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o
alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a
ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra,
quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial.
Principadonos e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente
vencidas.
Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)
3. O fim da morte
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)
A morte é tão certa quanto é
inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não
importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido
seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para
eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a
eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte,
um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que
não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com
John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado
Poderosa e terrível, pois tu não o és…
…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente,
e não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.
E então, a grande característica da
eternidade terá lugar: Deus será tudo em todos. Não como um falso
panteísmo, onde um deus é tudo e é todos. Mas em uma plena soberania
bíblica onde nada no universo estará fora da harmonia com Ele. Não
haverá então espaço algum para o mal, pois o mal é a ausência do bem, é a
ausência do Sumo Bem. E o Sumo Bem estará eterna e totalmente presente,
preenchendo todas as coisas.
- See more at: http://www.missaoatenas.com.br/ultimascoisas/?p=369#sthash.MQdDMbFl.dpuf
Sempre
há muitas perguntas sobre como será a eternidade. E se é difícil
descrever de modo pleno e satisfatório nosso mundo hoje, como definir a
eternidade? Como caracterizá-la? Em que consistirá esse tempo sem fim
com Deus?
Não há como um salvo não questionar na
eternidade. Aliás, não como o ser humano não pensar na eternidade. Ela
se apresenta diante de nós e não há como fugir dela, pois é para ela que
nossa vida ruma em uma correnteza que não se pode deter.
Também [Deus] pôs a eternidade no
coração dos homens; contudo, não podem descobrir a obra que Deus fez
desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11)
A mente dos salvos quando sonda o
futuro quer ir além do que é possível. Pergunta por coisas para as quais
de fato não há resposta. E no entanto, muitas vezes, deixa de atentar
para as respostas dadas por Deus. Falar da eternidade é falar do
infinito temporal e por isso não é fácil.
No entanto, lembre-se que qualquer
escatologia bíblica jamais poderá ir além do que está escrito (1 Co
4.6). Onde a Bíblia se cala nós também devemos nos calar. E falar com
confiança e certeza naquilo que ela revela. Não há qualquer problema em
responder diante das questões da eternidade: “Não tenho a menor ideia”,
pois ideias não são matéria prima da teologia e sim a revelação.
As Escrituras não nos deixam vislumbrar
muita coisa. A verdade, porém, é que nossa mente limitada seria incapaz
da absorver uma realidade muito além da nossa. A razão não pode tudo.
Sua última ação, segundo Pascal, consiste em constatar seus limites.1
Quando João descreve o que viu no
Apocalipse, principalmente nos capítulos 4 e 5, ele usou frequentemente a
expressão “semelhante” e “como”. Não havia como dizer exatamente o que
viu, pois em nosso mundo não existe similar. Tudo será muito além do que
as palavras que possuímos poderiam expressar, tudo será muito além do
que a nossa realidade consegue manifestar. O estado eterno é uma
condição infinitamente além do que qualquer condição que tenhamos
conhecido. Muito além do que qualquer ficção poderia criar.
Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que o é em parte será aniquilado. (…) Porque, agora, vemos por
espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em
parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. (1 Coríntios
13.10, 12)
Ainda assim temos que pensar a
eternidade. Ainda assim, temos ansiar por esse tempo além do tempo, essa
vida além da vida. E temos que fazer isso conforme a Palavra. E nela,
na Palavra, podemos vislumbrar com quem vislumbra o horizonte. Não
sabemos tudo sobre a eternidade, sabemos na
verdade bem pouco. Isso não significa que não sabemos nada. Sabemos coisas bem preciosas sobre ela.
Depois, virá o fim, quando tiver
entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo
império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja
posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que
há de ser aniquilado é a morte. E, quando todas as coisas lhe estiverem
sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as
coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Coríntios
15.24, 25, 26, 28)
O fim que virá, será o fim da
presente era. Na verdade, será o fim que precederá um novo começo, o
começo da eternidade, dessa condição de existência indizível. E por este
texto, pelo menos algumas coisas sabemos sobre a eternidade.
1. Será o fim da matéria corrompida
Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na
vitória. (1 Coríntios 15.54, 55)
Vivemos no mundo pós-Queda e por
isso não sabemos o que é viver no mundo original criado por Deus, o qual
era “muito bom” (Gênesis 1.31). Toda a matéria ao nosso redor foi
corrompida e até o universo, isto é, o cosmo, “envelhece como um
vestido” (Salmo 102.26). Toda a natureza geme, pois por causa do pecado
ficou entregue à efemeridade (Romanos 8.19-21). Essa condição, no
entanto terá fim para dar lugar a um novo começo.
2. Será o fim dos opositores de Deus
quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força (1 Coríntios 15.24)
Tanto na terra, seus governantes,
quando no céu, os principados e potestades, se opõe a Deus. Vivemos em
um mundo que se opõe à vontade do seu Criador e Senhor e embora ele ria
de tal situação, ela existe e é dolorosa para nós que nos submetemos a
Ele (Salmo 2.1-3). Na eternidade porém, nada se oporá a Ele e o
alinhamento à vontade divina que um dia existiu no universo voltará a
ser uma realidade. Sua vontade será feita plenamente, tanto na terra,
quanto nos céus, tanto na esfera física quanto na esfera celestial.
Principadonos e potestades, no céu e na terra, serão definitivamente
vencidas.
Naquele dia o Senhor castigará, no alto, as potestades nos céus, e embaixo, os reis da terra (Isaías 24.21)
3. O fim da morte
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.14)
A morte é tão certa quanto é
inaceitável. E o choro dos velórios é o testemunho humano disso. Não
importa quanto tempo o morto tenha vivido entre nós e qual tenha sido
seu sofrimento neste mundo. Ninguém aceita o fim. Fomos criados para
eternidade e somente quando a morte não mais reinar, então será a
eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte,
um mundo onde ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que
não saibamos, será nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com
John Donne, poeta e pregador inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham chamado
Poderosa e terrível, pois tu não o és…
…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente,
e não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.
E então, a grande característica da
eternidade terá lugar: Deus será tudo em todos. Não como um falso
panteísmo, onde um deus é tudo e é todos. Mas em uma plena soberania
bíblica onde nada no universo estará fora da harmonia com Ele. Não
haverá então espaço algum para o mal, pois o mal é a ausência do bem, é a
ausência do Sumo Bem. E o Sumo Bem estará eterna e totalmente presente,
preenchendo todas as coisas.
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