domingo, 18 de novembro de 2012

Rússia irá reforçar seu escudo nuclear

Em 2015, a Rússia planeja aumentar seus gastos militares dos atuais 3% para 3,7% do PIB, ou seja, para mais de 3 trilhões de rublos (cerca de US$ 96 bilhões), dos quais uma parcela significativa será destinada à Força de Mísseis Estratégicos (FME).

Em primeiro lugar, serão aumentadas as verbas para armas nucleares. Segundo o presidente da comissão de defesa da Duma de Estado (a câmara baixa do Parlamento russo), Vladímir Komoedov, entre  2013 e 2015 as verbas destinadas ao reforço do arsenal nuclear do país somarão 101,15 bilhões de rublos (cerca de US$ 3,2 bilhões). Para efeito de comparação, as verbas reservadas às armas nucleares em 2012 equivaleram a 27,4 bilhões de rublos (cerca de US$ 870 milhões).

O presidente do Conselho Público junto ao ministério da Defesa e editor-chefe da revista Nacionalnaia Oborona (Defesa Nacional), Ígor Korótchenko, considera completamente lógico o aumento programado dos gastos militares.  "Esse é um reflexo da situação política atual e futura no mundo à qual a Rússia deve reagir, aumentando inclusive seus gastos militares, para defender seus interesses nacionais", disse Korótchenko.

É claro que os mísseis nucleares não são projetados para conflitos locais, mas, sim, para manter o equilíbrio estratégico no confronto geopolítico com os Estados Unidos. O desenvolvimento do programa americano de defesa antimíssil global e a implantação do conceito de Ataque Global Imediato estimula as Forças Armadas russas a buscar uma resposta assimétrica.

Essa tese foi claramente exposta pelo presidente Vladímir Pútin em seu artigo de campanha "Ser fortes: garantia da defesa nacional da Rússia", publicado no Rossiskaia Gazeta em fevereiro de 2012.

Ao se referir à ameaça por parte do sistema de defesa antimíssil dos EUA, Vladímir Pútin prometeu que a "resposta tecnológico-militar da Rússia ao sistema de defesa antimíssil global dos EUA e seu segmento na Europa será eficaz e assimétrica e estará de pleno acordo com os passos dos EUA na área de defesa antimíssil".  Mais adiante, Pútin salienta que, "em nenhuma circunstância", a Rússia deve abandonar seu arsenal de dissuasão estratégica. Essas palavras demonstram o novo papel do arsenal nuclear russo: manter a paridade estratégico-nuclear e excluir a possibilidade de emprego de armas nucleares mediante a criação de condições em que nenhuma das partes tenha a vantagem na defesa contra um ataque nuclear.

Gazeta Russa
DeOlhOnafigueira

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