Autoridades forçam uma igreja a eliminar um mandamento da lei fundamental do judaísmo e do cristianismo.
Primeiro Mandamento foi retirado de igreja cristã na China pelas autoridades comunistas. (Foto: Bitter Winter) |
Autoridades comunistas chinesas ordenaram uma igreja a eliminar o
primeiro dos Dez Mandamentos dado a Moisés. “Não terá outros deuses além
de mim” foi considerado ofensivo pelos oficiais. Assim, a igreja poderá
exibir apenas “Nove Mandamentos”.
Considerado violação
pelos cristãos locais, o fato aconteceu quando 30 funcionários
realizaram uma inspeção em uma igreja aprovada pelo governo no condado
de Henan em Luoning.
Um oficial inspecionou a igreja completamente, parou em frente ao
púlpito e apontou para um dos Dez Mandamentos exibidos na parede. “Isso
deve ser removido”, disse ele. Depois pediu aos funcionários do governo
que imediatamente apagassem o mandamento.
O primeiro mandamento, registrado no livro de Êxodo, cita diretamente
as palavras de Deus: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei do Egito,
da terra da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim.”
Os líderes da igreja e os crentes, que não foram nomeados,
opuseram-se fortemente à ação dos funcionários do governo. Apesar disso,
a igreja foi forçada a aceitar a retirada do mandamento de sua parede.
Um crente disse: “Isso não é apropriado. Eles estão falsificando as
palavras de Deus!”. Um funcionário da “equipe de inspeção de patrulha”
os censurou. “Xi Jinping se opõe a essa afirmação [do primeiro
Mandamento]. Quem ousará não cooperar? Se alguém não concorda está
lutando contra o país”. O oficial também alertou os crentes: “Esta é uma
política nacional. Você deve ter uma compreensão clara da situação. Não
vá contra o governo.”
Interferências
Inúmeras histórias de funcionários comunistas que fecharam igrejas, prenderam pessoas
e até mesmo tentaram reescrever a Bíblia surgiram ao longo de 2018,
seguindo a implementação das regras revisadas de regulamentação
religiosa em fevereiro do ano passado.
Bob Fu, fundador da ChinaAid, disse em uma audiência da Câmara dos
Representantes em setembro que parte da iniciativa de “sincretizar” o
cristianismo ou torná-lo mais compatível com a ideologia do Estado,
inclui a reconversão do Antigo Testamento.
O governo chinês também planeja fornecer novos comentários para o
Novo Testamento, usando as escrituras budistas e os ensinamentos
confucionistas para defender os ideais socialistas.
“Existem esboços de que a nova Bíblia não deveria parecer
ocidentalizada e [deveria parecer] chinesa e refletir a ética chinesa do
confucionismo e do socialismo”, disse Fu ao The Christian Post na
época.
“O Antigo Testamento será confuso. O Novo Testamento terá novos comentários para interpretá-lo”, avaliou o pastor.
Grupos de vigilância de perseguição religiosa, como o Portas Abertas dos EUA, condenaram as propostas.
“A Igreja na China precisa sair da zona passiva e estar ativamente
integrando sua fé em cada parte de sua caminhada no país, incluindo se
levantar se o governo chinês decidir que quer editar a Bíblia”, disse
David Curry, CEO do Portas Abertas, em outubro.
“Eu acho que temos que dar um jeito. Eu acho que é uma questão de
oração e deixar as pessoas saberem na comunidade global, que estamos
cientes”, acrescentou. “Sempre que os cristãos são perseguidos,
precisamos nos levantar e deixar que nossa voz seja ouvida”.
Christian Post via GuiaMe
DeOlhOnafigueira
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