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O presidente da Agência Judaica e legendário refusenik Natan Sharansky
disse nesta semana que “estamos vendo o fim da história judaica na
Europa”.
Os comentários de Sharansky vieram em resposta ao aumento substancial do
antissemitismo no Continente nos últimos meses, devido não somente às
ações de Israel em Gaza, mas primordialmente como resultado de uma longa
política europeia.
A Europa está abandonando seus valores
básicos de respeito às diferentes identidades, mas mantendo a liberdade
de expressão mesmo quando exercida de modo violento. Além disso, está
aceitando uma quantidade enorme de imigrantes muçulmanos que não têm os
mesmos valores de liberdade e tolerância o que tem fortalecido os
partidos de extrema direita que querem expulsar todos os estrangeiros,
entre os quais também os judeus.
Cenas de sinagogas cercadas, de judeus surrados nas ruas e passeatas com slogans de “judeus para o gás”, se tornaram rotina na Europa, tudo com a cobertura de serem anti-Israel.
Na semana passada milhares de pessoas foram mortas, mas não houve
qualquer protesto ou reunião de emergência na ONU. A culpa destes
massacres não podia ser jogada em Israel ou nos judeus.
Setecentos membros da tribo Al-Sheitat na Síria foram decapitados pelo Estado Islâmico por recusarem se unir ao grupo. Outros trezentos Yazidis no Iraque sofreram a mesma sorte, as mulheres e meninas dadas como
escravas sexuais aos seus membros. O Califa do grupo, Abu Bakr
Al-Baghdadi passou uma lei para que todas as meninas e mulheres até a
idade de 49 anos se submetam à mutilação genital para não agirem de modo
“imoral”. Alguém ouviu algum protesto? Para onde foi a Comissária de
Direitos Humanos Navi Pillay? E a mídia que não consegue nem mesmo
chamar os membros do Estado Islâmico de terroristas? São militantes.
Estão militando o quê?
O grupo já avisou que está na Europa e depois de dominar o Iraque e a Síria, este será seu próximo objetivo.
Antes mesmo de qualquer resolução das negociações sobre um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a Comissão de Direitos Humanos já instaurou uma comissão de inquérito sobre supostos “crimes de guerra” cometidos por Israel, presidida por não outro que William Schabas, um declarado antissemita.
Em qualquer corte do mundo se um juiz tivesse dito que “fulano cometeu crimes contra humanidade, crimes de guerra, crimes de agressão, os quais podem ser provados em vários momentos durante sua história” e depois fosse chamado para julgar o tal fulano, teria que recusar a nomeação.
Mas não na ONU. Isso foi exatamente o que William Schabas disse sobre
Israel e mesmo assim, para a organização é totalmente legítimo nomeá-lo
para presidir a comissão de inquérito apesar de sua predisposição. É um
fato que a Comissão de Direitos Humanos só se preocupa com os direitos
humanos quando eles são supostamente violados por Israel.
Não houve reuniões de emergência enquanto os Tutsies eram massacrados em
Rwanda. Ou comissões de inquérito enquanto mais de 500 mil foram mortos
por árabes em Darfur, no Sudão. Ou quando mais de 200 mil civis foram
mortos na Síria, alguns gaseados por Bashar Al-Assad. Isto sem falar nas
últimas atrocidades do Estado Islâmico.
Mas quando se trata de Israel, a estória é outra.
O Princípe Saud al-Faisal, ministro do exterior da Arábia Saudita disse
que a única solução para Israel é a paz com os palestinos. Acho que o
príncipe e o resto da família real
saudita deveriam estar mais preocupados com sua própria sobrevivência
com o Estado Islâmico às suas portas. O povo judeu sobreviveu milhares
de anos apesar de todo o tipo de perseguição e estará na terra muito
depois dos poços de petróleo terem secado.
Mas para parecer inteligente, o príncipe repetiu a ladainha de jornais
como o “The Guardian”. Seu editor, Seumas Milne, defensor do direito de
expressão dos terroristas disse que Israel não tem o direito de se
defender nos territórios que ocupa ilegalmente. Os palestinos, como povo
ocupado, têm o direito de resistir e se defender do ocupador. Não é
terrorismo se defender. Terrorismo é a morte de civis por Israel”.
Para Milne e para o príncipe, Israel é o terrorista e não o Hamas.
Quando se trata de Israel, os países islâmicos sabem invocar os direitos humanos dos palestinos. Mas a Arábia Saudita deveria se olhar no espelho. De onde será que o Estado Islâmico criou o hábito de decapitar infiéis? Sim porque na Arábia pessoas são decapitadas todas as semanas por crimes como feitiçaria, ou têm as mãos ou os pés cortados por roubarem ou fugirem. Um país aonde as mulheres são propriedade como gado, não podem votar ou dirigir automóveis.
Mas na ONU tudo é possível. Apesar da Arábia Saudita e outros bastiões dos direitos humanos como o Irã, a Líbia, a Síria que condenam Israel por violações dos direitos dos palestinos, não terem assinado ou ratificado a Declaração de Direitos Humanos de 1948 por ser precisamente contra a lei islâmica, eles são membros da Comissão de Direitos Humanos e julgam os outros! É muita hipocrisia.
Enquanto o jornal The Guardian continuar sua campanha anti-Israel, pregando o fim do bloqueio de Gaza para que o Hamas possa importar armas, mísseis e morteiros em paz, pregando a imposição de sanções contra Israel e apoiando a retórica antissemita das passeatas, e outros veículos de mídia no mundo, inclusive no Brasil, republicarem estes artigos sem questionamento dos fatos, veremos o antissemitismo aumentar. Só que os judeus aprenderam com a história e desta vez, não vão deixar como está para ver como é que fica. Haverá uma fuga para Israel de proporções bíblicas.
E talvez esteja aí o cumprimento das profecias que dizem que os judeus do mundo inteiro serão reunidos em Israel.
Até lá, como diz um provérbio inglês, é esperar pelo melhor, se preparando para o pior.
DeOlhOnafigueira
Amigo António este mundo está a ficar intolerante, e egoísta, parece que o Hitler foi um pouco do que o mundo quer ser.Mas de alguma maneira os judeus deve regressar a Israel. Boas noticias. Abraço.
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