Durante reunião entre os governos de Alemanha e Israel, chanceler federal alemã critica campanha de boicote a Israel, mas se posiciona contra os assentamentos israelenses em territórios palestinos.
Além de acertar uma cooperação mais intensa entre Berlim e Tel Aviv durante sua visita a Israel, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, defendeu as negociações dos países ocidentais com o governo em Teerã em torno do programa nuclear iraniano e disse rejeitar os apelos de boicote a Israel como reação à controversa construção de assentamentos em territórios palestinos.
"Isso não é uma opção para a Alemanha", afirmou Merkel durante a quinta reunião bilateral de consultas entre a Alemanha e Israel, nesta terça-feira (25/02) em Jerusalém. "Não acreditamos que o boicote seja uma resposta que faça avançar o processo de paz."
Para Merkel, isso somente pode acontecer através de negociações. Os apelos de boicote a que a chefe de governo alemã se referiu fazem parte da campanha global conhecida como BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que prevê a prática de boicote econômico, acadêmico, cultural e político ao Estado de Israel, como forma de protesto contra a ocupação de territórios palestinos.
Quanto aos boicotes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que eles só iriam diminuir as chances de paz e atingir também os cerca de 30 mil palestinos que trabalham nos assentamentos israelenses.
"Isso não é uma opção para a Alemanha", afirmou Merkel durante a quinta reunião bilateral de consultas entre a Alemanha e Israel, nesta terça-feira (25/02) em Jerusalém. "Não acreditamos que o boicote seja uma resposta que faça avançar o processo de paz."
Para Merkel, isso somente pode acontecer através de negociações. Os apelos de boicote a que a chefe de governo alemã se referiu fazem parte da campanha global conhecida como BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que prevê a prática de boicote econômico, acadêmico, cultural e político ao Estado de Israel, como forma de protesto contra a ocupação de territórios palestinos.
Quanto aos boicotes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que eles só iriam diminuir as chances de paz e atingir também os cerca de 30 mil palestinos que trabalham nos assentamentos israelenses.
Assentamentos israelenses em territórios palestinos são ponto de discórdia entre Alemanha e Israel |
Pontos de discórdia
Embora tenham opiniões diferentes em questões centrais, Merkel e Netanyahu demonstraram uma postura harmônica. "Aprendemos a discutir intensamente também sobre temas controversos", disse a chanceler federal ao final da reunião intergovernamental. No último dia de sua visita a Israel, no entanto, a chanceler federal alemã também sublinhou as suas diferenças com o chefe de governo israelense e, apesar de não ter agendado nenhuma visita aos territórios palestinos, reiterou o objetivo de uma solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio.
"Observamos a questão dos assentamentos com grande inquietação. Esperamos que ela não seja um obstáculo para a solução de dois Estados [israelense e palestino] e que possamos superá-la", declarou Merkel ao lado de Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense declarou, por sua vez, que estaria "disposto a um consenso histórico com os israelenses, que poria definitivamente um fim no conflito". Netanyahu afirmou que "aqueles que pedem boicotes a Israel não pedem boicotes a nenhum outro país" e que criticar apenas Israel – "a única verdadeira democracia em todo o Oriente Médio – não é moral, correto ou produtivo".
Programa nuclear iraniano
Outro ponto de discórdia entre Merkel e Netanyahu é o programa nuclear iraniano. A alemã Merkel defendeu o atual estado das negociações. Para Merkel, o enriquecimento do urânio num "baixo patamar" deve ser possível para Teerã. Mas deve haver "garantias" para se evitar uma mudança rápida para o enriquecimento que permita a produção de armas.
Merkel salientou que o programa nuclear iraniano não seria somente uma ameaça ao Estado de Israel, mas uma ameaça generalizada. A chanceler federal aludiu às negociações com o Irã na semana passada em Viena, das quais, além de França, Reino Unido, EUA, Rússia e China, também a Alemanha participou. Os seis países formam o chamado Grupo 5+1.
O chefe de governo israelense, por outro lado, exigiu novamente o "enriquecimento zero, a centrifugação zero e o plutônio zero" para evitar que Teerã construa armas nucleares. Netanyahu disse ainda estar "preocupado" com o decurso das negociações entre o Grupo 5+1 e o Irã.
Cooperação e reconhecimento
Em Jerusalém, os dois governos concordaram em aprofundar o seu trabalho de cooperação. Merkel afirmou que essa cooperação deve ser "orientada para o futuro" e que a Alemanha estaria consciente de sua "responsabilidade histórica". Com vista ao ano de 2015, quando será celebrado o aniversário de 50 anos de relações diplomáticas entre a Alemanha e Israel, ficou acertada uma cooperação mais intensa em diversos setores.
Antes de regressar à Alemanha, Merkel recebeu do presidente israelense, Shimon Peres, a mais alta condecoração civil israelense, como reconhecimento de seu apoio à segurança de Israel e seu combate ao antissemitismo.
A quinta reunião bilateral de consultas entre a Alemanha e Israel desde 2008 teve início na última segunda-feira. Merkel foi acompanhada da quase totalidade de seu gabinete de governo (13 dos 15 ministros). A última reunião intergovernamental acontecera em Berlim, em dezembro do ano passado.
DW
DeOlhOnafigueira
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