Nos próximos dias, fortes explosões e emissões de plasma vão provavelmente acontecer no Sol. Elas podem originar tempestades magnéticas na Terra, que encerram o perigo de falhas no funcionamento dos sistemas eletrônicos e inclusive podem causar catástrofes tecnológicas.
De acordo com cientistas russos, os riscos ligados a explosões solares se manterão até segunda-feira. Contudo, não é um fato consumado que os eventos decorram segundo o pior dos cenários, admitem os especialistas.
Os cientistas explicam que duas zonas ativas, marcadas por grupos de manchas, estão se aproximando no Sol. De momento, elas não apresentam perigo, mas se se fundirem numa só, poderá ocorrer uma forte emissão de plasma. Aglomerados densos de gás incandescente irão se desprender do astro-rei, voando a gigantescas velocidades para o espaço circundante ao longo das linhas do campo magnético solar. Caso essas linhas se virem em direção à Terra, a chamada nuvem magnética irá cair sobre os humanos. Eis aqui o comentário de Anatoli Petrukovich, chefe do departamento de física do plasma espacial do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia das Ciências da Rússia:
“Se a Terra ficar no caminho dessa nuvem, torna-se possível o desenvolver de uma tormenta magnética. Haverá auroras polares de elevada intensidade, bem como as chamadas variações geomagnéticas, capazes de afetar as comunicações por rádio.”
Tais falhas representam um perigo real para os homens. Os aviões podem perder o contato com os controladores de tráfego aéreo e radiobalizas. As partículas de altas energias são capazes de transtornar inclusive os mísseis. Por causa delas as ogivas podem se desviar do alvo, produzindo consequências imprevisíveis. Casos semelhantes já aconteceram no passado. E os problemas podem surgir não só com aviões e comunicações mas também com satélites, caso o plasma afete o funcionamento de seus sistemas. Não se excluem também incidentes nas infraestruturas terrestres, relata Alexander Soloviev, chefe do laboratório de Física do Sol do Observatório Astronômico de Pulkovo:
“Quaisquer sistemas de grande extensão na Terra – como oleodutos, gasodutos e redes ferroviárias – estão sujeitos, de acordo com a lei de Faraday, à geração neles de cargas indutivas, o que pode provocar, por exemplo, quer incêndios em gasodutos e oleodutos, quer o mal funcionamento de dispositivos de bloqueio automático em estações ferroviárias.”
Na Rússia e nos EUA, para lidar com os desafios inesperados de nosso Sol, foram criados serviços especializados de previsão do tempo espacial. Essas agências estão monitorando o nível da atividade solar e emitem alertas para distintos departamentos. No entanto, a previsão do comportamento do Sol é uma tarefa de extrema complexidade, continua Alexander Soloviev:
“É difícil prever as explosões, e ainda mais difícil prever grandes explosões, pois são eventos muito raros. É que nós ainda não sabemos predizer furacões em nossa atmosfera, saber antecipadamente que um furacão X atingirá uma determinada área no dia D e à hora H.”
Por enquanto, os cientistas estão em condições de fazer previsões com algumas horas de antecipação, o que é suficiente para ajustar os horários dos aviões e de lançamento de mísseis. No que diz respeito aos tripulantes da Estação Espacial Internacional, nos períodos de perigo eles são categoricamente proibidos de dar passeatas no espaço aberto. É importante avisar um número maior possível de pessoas de uma próxima tempestade magnética. Os pacientes com doenças cardiovasculares podem subitamente começar a se sentir mal. As previsões do tempo solar são publicadas sistematicamente no portal do Instituto de Geofísica da Rosguidromet (agência hidrometeorológica russa).
Voz da Rússia
DeOlhOnafigueira
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