
Abbas falou com jornalistas ao final de um dia marcado por enfrentamentos entre manifestantes palestinos e as forças israelenses, que deixaram pelo menos três mortos e centenas de feridos em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada.
Nesta sexta, homens de origem palestina com menos de 50 anos tiveram barrada sua entrada na Esplanada das Mesquitas, e não puderam participar da oração muçulmana. A restrição imposta pela polícia israelense provocou revolta entre os palestinos, que começaram a protestar nas ruas próximas e jogar pedras contra soldados israelenses. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los, segundo a Associated Press. No enfrentamento, três pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
O lugar sagrado é um dos pontos políticos e religiosos mais sensíveis no conflito palestino israelense. Denominado pelos muçulmanos como Nobre Santuário, o local abriga a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha e é o terceiro local mais sagrado para o islã (após Meca e Medina). Para os judeus, que o chamam de Monte do Templo, é o local mais sagrado, e abriga aos seus pés o principal local de culto judeu, o Muro das Lamentações.
Medidas pós-ataque
A nova restrição, adotada em um momento de grande tensão, é mais uma reação do estado de Israel após o ataque que deixou dois policiais israelenses e três palestinos suspeitos mortos na última sexta-feira (14). Logo após o ataque, o acesso à Cidade Velha ficou fechado e foi reaberto no sábado (15) após a instalação de detectores de metal. A medida provocou revolta entre os palestinos, mas a polícia afirma que os detectores de metal são necessários para evitar novos ataques.
O grande mufti de Jerusalém (jurista muçulmano cujas decisões podem ter valor de lei) e outras autoridades islâmicas fizeram um apelo para que a comunidade se negue a acatar as ordens de segurança e passar pelos detectores. Desde sábado, os fiéis palestinos rezaram do lado de fora da cidade murada em protesto contra as restrições de acesso.
A Jordânia, responsável pela administração da Mesquita de Al Aqsa, fez sucessivos apelos para que Israel remova os detectores de metal. Israel e a Jordânia cooperam em questões de segurança, mas as discordâncias entre os dois países são frequentes.
Na quinta-feira, houve pedidos para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recuasse e removesse os detectores de metal para não inflamar a situação. O presidente turco, Tayyip Erdogan, depois de discutir o assunto com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, convocou o presidente israelense, Reuven Rivlin, para pressionar pela remoção.
G1
DeOlhOnafigueira
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