“Oh,
a Humanidade vive em triste condição!
Nasce
sob uma Lei mas prendem-na a outra:
Tende
à vaidade, querem-na humilde,
Surgiu
enferma e querem-na saudável”.
(Lorde
Brooke)
Vendo
que o
homem paga
um custo muito alto ao
ceder
parte
de seus impulsos instintuais originais para poder
conviver
em um mundo mais ou menos pacificado,
disse
Freud:
“A
nossa civilização está alicerçada na supressão dos instintos”.
A
constatação de que o
instinto
não se suprime e de
que,
por mais que se tente, o
máximo que se pode conseguir
é represá-lo ou reprimi-lo, fez
nascer
em
toda sua plenitude,
o conceito
de
ambivalência,
que também pode
significar ambiguidade,
ou paradoxo.
E esse antagonismo vem de longe. Plagiando
o messias do Novo
Testamento,
eu diria: quem não puder
se ver como
criança não vai entender nada do
reino da
ambivalência, do
reino
dos
sentimentos
paradoxais
ou antagônicos.
Quem
não passou pelos
primórdios da
tal ambivalência na tenra infância? Quem não lembra de que, como
criança, amava
seu
pai
e
por
vezes desejava
livrar-se
dele?
“A
contradição é a marca característica do ser humano”
―
já
diziam os filósofos e estudiosos da alma. Para
se ter ideia de como somos atraídos por um ideal de ego para ser
diferente do que realmente somos,
nada
melhor que alguns
dados estatísticos reveladores
da
contradição ou ambivalência demasiadamente
humana que
persiste em não nos largar, mesmo já “adultos maduros”. Para
que
se possa perceber
o
quanto
as imagens secretas que existem em nossa psique estão
repletas
de
desejos antagônicos,
recorramos
então a uma enquete realizada nos EUA, no final do século XX: