As grandes potências do Conselho de Segurança da ONU e a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) retomam nesta
quarta-feira, em Istambul e Viena, as respectivas negociações nucleares
com o Irã.
Estes contatos, paralisados a semanas pela falta de
acordo, servem para explorar a possibilidade de seguir adiante com o
processo negociador, no meio da incerteza das eleições presidenciais na
República Islâmica em junho.
Após dez rodadas de negociações, os representantes da
AIEA voltaram em 14 de fevereiro de Teerã com as mãos vazias, sem o
desejado acordo sobre o chamado "procedimento estruturado".
Há mais de um ano, a AIEA tenta fazer com o que o regime
de Teerã concorde com mais inspeções às instalações e mais acesso de
técnicos iranianos, que ajudem a descartar a existência de possíveis
dimensões militares de seu programa nuclear.
O Irã assegura que não tem nada para ocultar, mas
rejeita este pedido alegando motivos de segurança nacional, ao mesmo
tempo que imagens de satélite demonstram que limpou e alterou as
infraestruturas nas zonas mais suspeitas de Parchin.
A reunião nesta quarta em Viena, liderada por parte da AIEA
por seu inspetor chefe de controles nucleares, o belga Herman
Nackaerts, será realizada uma missão permanente no Irã perante este
organismo.
Fontes diplomáticas próximas à AIEA, mostraram o ceticismo sobre o encontro acabar com um acordo.
De fato, disseram que o Irã volta a mostrar um cárater
conciliador justo quando faltam poucas semanas para o início de um novo
relatório sobre suas atividades nucleares e para a reunião do Conselho
de Governadores da AIEA,que poderia reprovar sua falta de cooperação na
investigação, que já dura uma década.
Similar é a situação nas negociações paralelas que o Irã
mantém com o chamado grupo P5+1, composto pelas cinco potências
nucleares do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e o
Reino Unido) e Alemanha.
Estas conversas buscam um "acordo global" que elimine o perigo de um enfrentamento bélico.
Os Estados Unidos e Israel não descartam uma intervenção
militar se o Irã avançar em seu programa nuclear até o ponto de ter
capacidade para construir armas atômicas.
A última rodada das conversas, realizada no Cazaquistão
em abril, foi considerada pela comunidade internacional como um
fracasso.
Na reunião do Cazaquistão, as grandes potências
ofereceram ao Irã suavizar parte das sanções impostas ao país, em troca
que desacelere seu ritmo de produção de urânio enriquecido, um material
de duplo uso, civil e militar.
A reunião bilateral nesta quarta, em Istambul,
entre o negociador nuclear iraniano, Saeed Jalili, e a alta representante
de política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, tem como
objetivo explorar a via para retomar o processo negociar.
Uma fonte comunitária, se limitou a assinalar que é "demais em breve" para saber qual será o resultado das conversas.
Terra
DeOlhOnafigueira
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