A Coreia do Norte advertiu seus
potenciais inimigos de que, em caso de agressão, eles não poderão
escapar a seus mísseis estratégicos. Tendo em conta o alcance destas
armas, poderão ser atingidas não apenas a Coreia do Sul e as bases
militares americanas instaladas neste país, mas também o Japão e até
mesmo os Estados Unidos.
Foi assim que Pyongyang reagiu à
declaração de Seul sobre sua intenção de desenvolver e colocar em
serviço de combate mísseis balísticos com um alcance de até 800
quilômetros. Eles serão capazes de alcançar qualquer ponto da Coreia do
Norte, diz o perito do Instituto de Estudos Orientais da Academia de
Ciências da Rússia Alexander Vorontsov:
“Este é um
passo concreto para aumentar a capacidade ofensiva da República da
Coreia que, claro, causa a preocupação de Pyongyang. Ele já tem apontado
para o aumento da intensidade de exercícios militares da Coreia do Sul e
dos Estados Unidos perto de suas fronteiras, qualificando-as como
preparação para guerra. A reação da Coreia do Norte é bastante adequada.
Infelizmente, a base para tal reação existe.”
Demonstrando
que os mísseis da Coreia do Norte não são um truque de propaganda, o
representante militar norte-coreano até disse onde eles estão
localizados – na região de Kangdong, próximo de Pyongyang. Lá se
encontra um quartel-general estratégico de mísseis, onde o líder da
Coreia do Norte Kim Jong-un esteve de visita em 3 de março.
Pyongyang
divulgou pela primeira vez tais informações sobre sua capacidade
militar, deixando assim inequivocavelmente claro que considera o novo
acordo de mísseis entre os EUA e a Coreia do Sul como uma preparação
para a guerra. Anteriormente, no âmbito do acordo entre os EUA e a
Coreia do Sul, o alcance de mísseis da sul-coreanos era limitado a 300
km. A revisão deste acordo desestabiliza a região, acredita Alexander
Vorontsov:
“Não é por acaso que os EUA durante muito
tempo não concordavam com as solicitações urgentes de seus aliados
sul-coreanos. Seul queria obter permissão para ter mísseis com um
alcance de até 800 quilômetros. Washington sempre esteve bem ciente que
uma tal reação da Coreia do Norte era inevitável.”
Washington
fez um acordo com Seul apesar da violação do regime internacional de
limitação de tecnologia de mísseis. Ele foi adotado por 34 países que se
comprometeram a limitar em 300 quilômetros o alcance dos mísseis. Ao
provocar uma nova corrida de mísseis na península coreana, os EUA estão
claramente fazendo seu próprio jogo. Permitindo a Seul de aumentar o
alcance de seus mísseis, os EUA assim fizeram outro movimento contra a
China. Porque os novos mísseis da Coreia do Sul são capazes de atingir
até mesmo as regiões centrais da China.
Os EUA também
deram a entender que pretendem fornecer ao sistema de defesa antimíssil
sul-coreano informações obtidas por satélites e drones
norte-americanos. Este é mais um passo para a formação pelos EUA de um
sistema de defesa antimísseis no Oriente. A ameaça de mísseis
norte-coreanos é apenas uma desculpa para a sua criação. Em primeiro
lugar, ele tem como objetivo conter a capacidade de mísseis da China.
Fonte: Voz da Rússia
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