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No
inicio de outro ano, e no começo de outro volume de sermões, desejamos
com toda sinceridade expressar uma palavra de exortação: mas, ah, nesse
momento, o pregador é um prisioneiro, e deve falar da sua cama em vez de
fazer-lo desde seu púlpito. Não permitam que as poucas palavras que um
homem enfermo possa expressar lhes cheguem com um diminuto poder, pois o
fuzil disparado por um soldado ferido dispara a bala com a mesma força.
Nosso desejo é falar com palavras vivas, ou não falar nada. Suplicamos
ao Senhor que nos habilite para sentarmos e compor essas trêmulas
frases, que as vistas com Seu Espírito, para que sejam frases que vão de
acordo com Sua própria mente.
O vinhateiro intercessor suplicou pela figueira estéril: "deixa-a ainda este ano,"
pedindo o prazo de um ano, por assim dizer, a partir do momento em que
falou isso. As árvores e as plantas que dão fruto têm uma medida natural
para suas vidas – evidentemente, um ano tinha transcorrido quando
chegou o tempo de buscar fruto na figueira, e outro ano começava quando o
vinhateiro começou de novo sua obra de cavar e podar.
Os
homens são seres tão estéreis, que sua produção de frutos não marca
épocas certas, e se faz necessário estabelecer para eles divisões
artificiais de tempo – não parece que havia tido um período definido
para colheita ou para a vindima espirituais, ou se tivesse, os feixes e
os cachos não brotam na sua estação, e por isso, temos que dizer uns dos
outros: "esse será só o começo de um novo ano."
Então, que assim seja. Congratulemos-nos uns aos outros por ver a alvorada de "ainda esse ano",
e oremos juntos para que possamos entrar nele, e continuar nele, e
chegar a sua conclusão, debaixo da perene benção do Senhor a quem
pertence todos os anos.