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Segundo Edrogan, que tenta ser em um novo califa e fazer da Turquia uma teocracia aos moldes do Irã, “Islamismo moderado” é um conceito que se originou “no Ocidente” com o único propósito de “enfraquecer o Islã”.
Seu discurso foi uma resposta às recentes declarações do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que vem defendendo a necessidade de a Arábia Saudita ser um exemplo de “Islã moderado”.
“Nós nos empenharemos para retornar ao que fomos: um Islã moderado aberto a todas as religiões do mundo”, disse o príncipe Salman, que garantiu recentemente a autorização para as mulheres dirigirem na Arábia Saudita.
Em sua fala, Erdogan também criticou a União Europeia por ter, segundo ele, discriminado as mulheres muçulmanas através de uma série de proibições do uso do véu islâmico, tanto o que cobre o rosto (niqab) quanto todo o corpo (burca). As medidas foram descritas pelo presidente turco como “tentativas de encarcerar mulheres muçulmanas em suas casas que se espalharam como um vírus”.
A França foi o primeiro país europeu a proibir “a cobertura do rosto no espaço público”, em 2010. Posteriormente foi seguido por Bélgica, Alemanha e Áustria.
Organização para a Cooperação Islâmica
O discurso de Erdogan durante um evento da Organização Para a Cooperação Islâmica tem muita força. Criada em 1969, reúne atualmente 53 países de maioria muçulmana em 4 continentes.
Sediada na Arábia Saudita, seu objetivo é unir os países de população islâmica e lutar pela “liberação da ocupação israelense a região onde fica a mesquita de Al-Aqsa”, leia-se Jerusalém. A Organização possui fortes vínculos com as Nações Unidas, onde trabalha para “a resolução de problemas globais”.
Islã moderado é semântica
O conceito de “islã moderado” não era divulgado antes dos atentados do 11 de setembro nos EUA. De certa forma, foi usado por políticos para combater a influência crescente dos movimentos islâmicos que apregoam a interpretação literal do Alcorão, chamados então de “extremistas”. Contudo, no centro dessa discussão semântica está a grande luta geopolítica travada no Oriente Médio.
A Irmandade Muçulmana, antiga organização político-religiosa, e suas afiliações em toda a região colocaram a Turquia em conflito com a Arábia Saudita, que trata o grupo como “organização terrorista”. No Egito, ela foi a responsável pela ascensão do ex-presidente Mohammed Morsi, que hoje está preso.
O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, vê a Irmandade Muçulmana como seus “irmãos ideológicos” e continua a apoiá-los abertamente. Essa decisão só aumentou as diferenças com a Arábia Saudita. Quando o Catar decidiu seguir a mesma linha da Turquia e apoiar o Irã, os sauditas e outros países do Golfo impuseram um bloqueio econômico ao governo catariano. Com informações de RT e Turkey Post
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