Arábia Saudita iniciou ataques aéreos no Iêmen, e o
Egito se mostra disposto a enviar tropas terrestres. O que está
acontecendo no país mais pobre do mundo árabe?
Na última quarta-feira (25), um grupo de rebeldes do Iêmen conhecido
como Houthis capturou uma base militar e prendeu o ministro da Defesa do
país. O ataque foi mais uma vitória de uma campanha que já dura mais de
um ano, incluindo a captura da capital do Iêmen, Sanaa. Mas desta vez, o presidente iemenita, Abdu Rabbu Mansour Hadi, fugiu do país. No dia seguinte, ele apareceu em Riyad, capital da Arábia Saudita, e o conflito, que antes era interno, se transformou em uma guerra regional:
os sauditas anunciaram o início de ataques aéreos contra os rebeldes.
Nove países do Golfo Pérsico apoiaram a intervenção, e o Egito
disse que pode até enviar tropas terrestres "se for necessário". Como a
situação do Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, se transformou em
mais uma guerra no Oriente Médio?
Os Houthis, uma tribo do norte do país, participaram ativamente dos
protestos e da queda do ditador. Mas durante a transição e a formação do
novo governo, foram praticamente ignorados. No começo de 2014, o
governo de transição anunciou uma nova Constituição que dividiria o
Iêmen em uma federação de seis regiões. Os Houthis fizeram oposição ao
plano, e quando ele foi aprovado, decidiram marchar para o sul. Uma
série de mapas do New York Times
mostra o avanço do grupo. Em janeiro do ano passado, tomaram controle
da província de Saada, no extremo norte. Em julho, já estavam nas portas
da capital, Sanaa. Em 2015, já controlam incusive cidades do sul,
forçando o presidente Hadi a fugir.
O conflito, antes interno, agora pode se transformar em uma guerra
regional. Isso porque os dois maiores países da região, Arábia Saudita e
Irã, fazem uma "guerra de influência" no Iêmen. A Arábia Saudita, um
país sunita, apoia Hadi e o governo, que também são sunitas. Já o Irã,
xiita, está alinhado aos rebeldes Houthis, também xiitas. Esse cenário é
má notícia para o Iêmen. Na Síria, por exemplo, Irã e países do Golfo também se envolveram no conflito, fornecendo armas e criando milícias, e a guerra já entrou em seu quarto ano, com mais de 200 mil mortes.
Quem é quem nessa guerra?
Houthis - Os Houthis são uma influente família do
Iêmen. Eles seguem o zaidismo, uma denominação do islamismo xiita que só
existe no norte do país. Já no sul do Iêmen, vigora o islamismo sunita.
O grupo começou como um movimento religioso, mas se armou e passou a
atuar de forma militar a partir de 2004. Após a queda do ditador Saleh,
os Houthis conquistaram grande apoio de líderes tribais e famílias
influentes do Iêmen, a ponto de se tornar, hoje, a maior força política
do país - há indícios de que o próprio Saleh, depois de deposto, passou a
apoiar os Houthis. O grupo se sente marginalizado do atual governo e
iniciou uma campanha militar para tomar o poder.
Governo do Iêmen - Abdu Rabbu Mansour Hadi, que foi
vice-presidente do ditador deposto Ali Abdullah Saleh, é o atual
presidente do Iêmen e comanda um governo de transição fraco, com pouco
apoio popular, apesar de contar com o apoio estrangeiro da Arábia
Saudita e países do Golfo. Em setembro do ano passado, ele foi forçado
pelo revolta a deixar a capital, Sanaa, e fugir para o sul, onde tentou
formar um novo governo. Com a chegada dos Houthis ao sul, ele deixou o
país e fugiu para Riyad, Arábia Saudita.
Arábia Saudita - Para a Arábia Saudita, o conflito
entre Houthis e governo é uma guerra religiosa. Os sauditas, que seguem o
islamismo sunita, querem evitar que o país fique sob controle dos
Houthis, xiitas. Mais importante, eles estão preocupados com a
influência que o Irã, também xiita, pode ganhar com uma vitória dos
rebeldes. Não por acaso, a Arábia Saudita disse que a crise no Iêmen
estava sendo causada por "agentes estrangeiros", e anunciou uma
intervenção por meio de ataques aéreos. Os países do Golfo e o Egito,
aliados dos sauditas, também se comprometeram a defender o governo de
Hadi.
Irã - A participação do Irã no conflito é incerta, mas
há indícios da "amizade" entre os iranianos e os Houthis. Os dois são
xiitas, apesar de seguir tendências diferentes, e uma aliança dos dois
parece provável. Segundo a Al Jazeera, há indícios de que o Irã treinou militares dos Houthis e forneceu armas para o grupo. O governo iraniano nega.
Época
DeOlhOnafigueira
Esse cenário é a melhor opção para Mahdi aparecer e acabar com toda essa bagunça, ninguém merece, é guerra constante, e o pior são as pessoas que sofrem as consequências desses conflitos, dividido tem os que apoia e os que não apoia, só o Eterno para ter misericórdia desse povo, é um sofrimento sem tamanho, só quem sente na pele é que pode dizer alguma coisa.
ResponderExcluir