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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

EUA criticam novo projeto palestino de resolução na ONU sobre Estado próprio

Departamento de Estado americano não considera projeto construtivo para processo de paz com israelenses
 
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, durante missa no Natal: proposta deve ganhar novo veto Foto: AMMAR AWAD / AFP
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, durante missa no Natal: proposta deve ganhar novo veto - AMMAR AWAD / AFP
Diante de um projeto de resolução palestina na ONU sobre a criação de um Estado próprio, os EUA reagiram rapidamente. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano, Jeff Rathke, o país não enxerga a medida como construtiva, já que não promoveria um processo de paz definitivo com Israel e nem garantiria uma transição segura.

— Acreditamos que esta resolução coloca prazos arbitrários para chegar a um acordo de paz e a saída de Israel da Cisjordânia. Estas medidas parecem mais capazes de prejudicar negociações do que dar a elas uma conclusão bem-sucedida — afirmou Rathke.

Os palestinos apresentaram à ONU nesta segunda-feira o rascunho final de uma resolução sobre Estado próprio, defendendo um acordo de paz com Israel dentro de um ano e o fim da ocupação dos territórios palestinos por volta do final de 2017.

22 embaixadores árabes apoiaram o projeto israelense para a resolução durante reunião na ONU, nesta segunda-feira. Eles disseram que apoiam o fim da ocupação israelense em até três anos.

DISPUTA DE VERSÕES
Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas disse ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que iria seguir adiante com a iniciativa. Ela tem oposição dos Estados Unidos e de Israel, antigo aliado.

Autoridades palestinas afirmaram que a proposta prevê que as negociações tenham base nos limites territoriais existentes antes de Israel dominar a Cisjordânia, o Leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza na guerra de 1967.

“O projeto pede a retomada das negociações para resolver todos os temas de status final em não mais do que 12 meses depois da adoção da resolução e prevê que o fim da ocupação israelense que começou em 1967 se dê até o fim de 2017”, disse a Organização para a Libertação da Palestina. “Ele reivindica dois Estados soberanos, democráticos e seguros, Palestina e Israel.”

No Conselho de Segurança da ONU, o projeto só poderia ser aprovado sem veto dos Estados Unidos — o que é praticamente impossível. Israel, que retirou as suas tropas e assentados da Faixa de Gaza em 2005, afirmou que a sua fronteira ao leste se tornaria indefensável caso o país saia completamente da Cisjordânia.

“Vamos continuar a rechaçar com vigor tentativas de forçar termos que arriscariam a nossa segurança”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no domingo, em referência à proposta.

O Globo
DeOlhOnafigueira

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