Sensor de computação vestível da empresa MC10 |
É quase certo que a próxima era da computação será dominada por
vestíveis, porém ninguém sabe como eles serão nem em que parte do corpo
serão usados.
A Apple e a Samsung, por exemplo, estão apostando no pulso,
enquanto o Google investe no rosto. Algumas empresas de tecnologia
acreditam que todo o vestuário será eletrônico. Há também um novo
segmento de start-ups que acha que os humanos se tornarão verdadeiros
computadores ou pelo menos repositórios de tecnologia.
Essas start-ups estão desenvolvendo computadores vestíveis que
colam à pele como tatuagens temporárias ou como uma bandagem adesiva.
Muitas dessas tecnologias são flexíveis, dobráveis e extremamente
finas. Elas também podem ter formas exclusivas para se destacar como uma
tatuagem ousada ou se confundir com a cor da pele.
Computadores vestíveis serão mais baratos de produzir e funcionarão com
mais precisão, pois os sensores ficarão rentes ou dentro do corpo das
pessoas.
Scott Pomerantz, diretor da MC10, disse: "Nosso computador vestível
fica sempre ligado à pessoa. Ele é menor, mais flexível e estirável, e
possibilita colher todos os tipos de dados biométricos relacionados aos
movimentos".
Recentemente, a MC10 uniu esforços com John A. Rogers, professor da
Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Há quase uma década, ele
aperfeiçoa dispositivos flexíveis que possam ser usados na pele ou
implantados.
Sensor vestível da MC10 aderido à pele |
Como esses dispositivos funcionariam? A pessoa colocaria alguns
sensores no corpo na hora de sair para correr, depois veria uma análise
altamente detalhada de seu exercício no telefone.
Outra função seria descobrir o melhor desodorante para certa pessoa. Um
adesivo que monitora o grau de transpiração enviaria um e-mail com
algumas recomendações. Outra utilidade seria monitorar a respiração de
seu bebê colocando um pequeno sensor no peito dele para alertá-la caso
ocorra qualquer problema.
"Os sistemas biológicos e eletrônicos serão muito mais integrados",
afirmou Rogers. "Sem esse contato físico estreito, é difícil ou talvez
até impossível extrair dados relevantes."
As aplicações para a saúde são numerosas. No ano passado, Rogers e sua
equipe de cientistas trabalharam com pacientes com mal de Parkinson para
monitorar seus movimentos, com dermatologistas que tratam doenças de
pele e com empresas de cosméticos como a L`Oréal, a fim de desenvolver
adesivos digitais que verificam a hidratação cutânea.
Anke Loh, da Escola de Arte do Instituto de Chicago (SAIC), está
fazendo experimentos para que os computadores vestíveis pareçam body
art. "Ao ver esses adesivos, dá vontade de colocá-los na pele, mesmo sem
saber para que servem", disse.
Cientistas da Universidade de Tóquio
estão desenvolvendo uma "e-pele", uma pele eletrônica que fica sobre a
pele real. Ela parece um pedaço de plástico estirável, porém contém
vários sensores relacionados à saúde.
Em outra versão, cientistas estão trabalhando para adicionar uma camada
de LEDs, transformando a pele em uma tela fixada ao corpo. Além de
monitorar a saúde, as peles digitais poderão ser uma interface visual e
talvez até substituam os smartphones.
The New York Times via Folha de São Paulo
DeOlhOnafigueira
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