Milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira na praça
Tahrir do Cairo contra o domínio islamita na política egípcia e os
choques que eclodiram na semana passada entre partidários e opositores
do presidente egípcio, Mohammed Mursi.
Convocada por 30 grupos
revolucionários e liberais, a concentração teve como lema "O Egito não é
estado privado de ninguém, é para todos os egípcios", e correu de forma
pacífica.
"Condenamos o que houve na semana passada por culpa
da Irmandade Muçulmana, que deve se desculpar", disse à Agência Efe a
jovem Zeinab Al-Masri, em referência aos confrontos de sexta-feira
passada que causaram mais de 100 feridos.
Os distúrbios
surgiram entre manifestantes laicos que criticavam a gestão de Mursi e
simpatizantes da Irmandade que rejeitavam a sentença de absolvição
emitida nesta semana contra altos cargos do antigo regime de Hosni
Mubarak acusados da morte de manifestantes durante a revolução.
O grupo islamita condenou posteriormente os fatos e disse que arruaceiros se infiltraram entre os manifestantes em Tahrir.
"A Irmandade Muçulmana não entende que exista uma oposição política no Egito", acrescentou Al-Masri.
Na passeata de hoje estiveram seguidores de partidos e movimentos
contrários a que os partidos islamitas monopolizem a elaboração da
próxima Constituição, cujo referendo está previsto para novembro.
Um membro do Partido Socialista egípcio, Yasser Toher, manifestou à
Efe sua rejeição à minuta da Constituição e pediu que seja redigida uma
nova "que represente todo o país, não só os islamitas", e que garanta a
liberdade de religião, expressão e greve, entre outros direitos.
As bandeiras do Movimento Juvenil 6 de abril e outras formações
tremularam na praça central, onde se ouviram palavras de ordem exigindo a
queda do islamita Mursi, que assumiu em junho a presidência do país, e o
castigo aos responsáveis pela morte dos manifestantes desde o início da
revolução.
Terra
Nota do blog: Todos os muçulmanos
religiosos acreditam que, no final dos tempos, o Islã prevalecerá sobre a terra. Acreditam
que a sua é a única religião verdadeira e não há qualquer espaço, em suas mentes,
para qualquer outra interpretação. A principal diferença existente entre os muçulmanos moderados e os extremistas
é que os moderados não acreditam que irão testemunhar a vitória absoluta do Islã
ainda nessa vida e, assim, eles respeitam as crenças dos outros. Já os
extremistas simplesmente acreditam que a realização da profecia do Islã e seu domínio sobre
todo o mundo, como descrito no Corão, é para os nossos dias. Esse é o medo do povo egípcio - se não for igual a eles, é impuro, infiel. O povo tem que se mobilizar enquanto pode. É questão de tempo para esse regime banir com rigor os manifestantes, mesmo sendo legítimo e pacífico o ato realizado.
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