O Irã classificou as defesas aéreas de Israel como fracas nesta
segunda-feira, citando uma incursão de um avião teleguiado no espaço
aéreo de seu arqui-inimigo, mas não confirmou se esta aeronave foi a
mesma que foi derrubada pelos israelenses no fim de semana.
Teerã também acusou Israel e outros de planejar o que disse ser um
ataque cibernético em suas redes de comunicação das plataformas offshore
de petróleo e gás nas últimas semanas.
Com a tensão elevada sobre o polêmico programa nuclear do Irã e as
ameaças israelenses de atacar a nação, as observações feitas por
autoridades iranianas apontam para os aspectos possíveis de uma guerra
travada pelos dois adversários e talvez por aliados ocidentais de
Israel, cujas sanções castigaram a economia e a moeda iraniana.
Jamaluddin Aberoumand, vice-coordenador para a Guarda Revolucionária
Islâmica do Irã, disse que a intrusão de aviões teleguiados mostrou que o
sistema de defesa antimíssil Iron Dome de Israel "não funciona e não
tem a capacidade necessária", informou a agência de notícias Fars.
A força aérea israelita abateu um drone no sábado, depois que ele
atravessou o sul de Israel, segundo os militares, mas não ficou claro de
onde a aeronave tinha vindo.
O Iron Dome foi desenvolvido para abater foguetes de curto alcance, não aviões de voo lento como os teleguiados.
O Exército de Israel disse que o avião foi detectado pela primeira
vez acima do Mediterrâneo, perto da Faixa de Gaza governada pelo Hamas, a
oeste de Israel, e foi abatido por um caça sobre território israelense.
O membro do parlamento israelense e ex-porta-voz militar Miri Regev
descreveu a aeronave como "um drone iraniano lançado pelo Hezbollah",
grupo xiita libanês que travou uma guerra com Israel em 2006.
Autoridades de defesa israelenses não confirmaram isso. O Hezbollah
já enviou um drone no espaço aéreo israelense pelo menos uma vez
anteriormente.
Mohammad Reza Golshani, chefe de tecnologia da informação para a
Iranian Offshore Oil Company, disse à agência iraniana de notícias Mehr
que especialistas iranianos tinham conseguido repelir o ataque
cibernético contra as redes de informação em plataformas de petróleo e
gás.
"Este ataque foi planejado pelo regime que ocupa Jerusalém (Israel) e
alguns outros países", disse Golshani. As comunicações telefônicas nas
plataformas estavam agora normalizadas.
Em um golpe não relacionado às exportações de energia do Irã, o fluxo
de gás em um gasoduto que transporta gás natural iraniano para a
Turquia foi interrompido nesta segunda-feira por uma explosão no leste
da Turquia, no mesmo local em que militantes curdos reivindicaram
ataques a gasodutos no passado.
O Irã, quinto maior exportador mundial de petróleo, reforçou a
segurança cibernética desde 2010, quando suas centrífugas de
enriquecimento de urânio foram atingidas pelo vírus Stuxnet. Teerã
colocou a culpa em Israel ou Estados Unidos, mas nenhum dos dois
reconheceu ter plantado o vírus.
Fonte: www.estadao.com.br
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